Condição piora no inverno e já atinge pelo menos 15% dos brasileiros
Você provavelmente já passou pela sensação de ter areia nos olhos, como se eles estivessem ressecados. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que, quando recorrente, essa sensação pode estar ligada à Síndrome do Olho Seco (SOS). Em julho, o alerta é turquesa para conscientizar sobre essa condição que afeta milhares de brasileiros.Segundo a Tear Film Ocular Surface Society (TFOS), autoridade global em pesquisa sobre o filme lacrimal e superfície ocular, cerca de 15% dos brasileiros sofrem de SOS.
A médica Daniella Nazih Danif, oftalmologista especialista em Cirurgia Refrativa, Ceratocone, Glaucoma e Catarata do Hospital Felício Rocho, explica que quando não tratada corretamente, a SOS pode evoluir e levar a complicações graves.
“As consequências incluem inflamação e danos à superfície ocular, infecções oculares recorrentes, úlceras na córnea ou cicatrização da córnea, que podem resultar em perda de visão e uma diminuição da qualidade de vida, devido ao desconforto constante e à visão borrada” detalha a médica.
Lais Souza, 33 anos, publicitária, compartilha sua experiência com a SOS. Após uma cirurgia com laser refrativo para correção de miopia, aos 26 anos, Lais começou a sentir o olho mais seco, após um ano da cirurgia. “Em nos últimos dois anos, o desconforto aumentou, especialmente no período mais frio e durante longas viagens dirigindo. No ano passado, tive uma inflamação no olho por excesso de ressecamento. Faço acompanhamento e uso diariamente colírio antialérgico e lubrificante”, relata.
A Síndrome do Olho pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum em adultos, especialmente após os 50 anos. Segundo a especialista, fatores hormonais, como a menopausa, aumentam o risco em mulheres.
Principais sintomas:
- Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos
- Ardência
- Vermelhidão
- Visão borrada
- Sensibilidade à luz
- Olhos lacrimejantes X Lacrimejamento
Principais causas:
Fatores Ambientais: clima seco, vento e exposição prolongada ao ar-condicionado ressecam o ambiente e aceleram a evaporação das lágrimas.
Dispositivos Eletrônicos: o uso excessivo reduz a frequência de piscar, levando ao ressecamento dos olhos.
Envelhecimento Natural: a produção de lágrimas tende a diminuir com a idade.
Mudanças Hormonais: especialmente em mulheres na menopausa, contribuem significativamente para o desenvolvimento do olho seco.
Medicamentos: anti-histamínicos, antidepressivos e medicamentos para pressão alta podem ter efeitos colaterais que reduzem a produção de lágrimas.
Condições Médicas: doenças autoimunes, diabetes e problemas na tireoide estão associados à síndrome do olho seco.
Prevenção e Tratamento
Para combater os sintomas do olho seco, Danif sugere medidas práticas: “É essencial aumentar a ingestão de água para auxiliar na hidratação geral do corpo, o que pode aliviar os sintomas do olho seco. Incluir alimentos ricos em ômega 3 na dieta, como linhaça e castanhas, também é muito benéfico.” Além disso, a especialista recomenda que, em certas situações, a suplementação com vitaminas específicas, prescritas por oftalmologistas, pode ser necessária para a saúde ocular.
Danif destaca a importância de estratégias preventivas como pausas regulares para descansar os olhos, a regra 20-20-20 (olhar para algo a 20 metros de distância por 20 segundos a cada 20 minutos de uso de tela) e o uso de lubrificantes oculares. No entanto, o tratamento de condições como o olho seco evaporativo e a Disfunção das Glândulas de Meibomius (DGM) frequentemente apresenta desafios, impactando a qualidade de vida dos pacientes.
“A gama de tratamentos inclui lubrificantes tópicos, compressas mornas, limpeza com shampoo neutro diluído, e expressão das glândulas meibomianas, além de suplementação oral de ácidos graxos essenciais, antibióticos tópicos e sistêmicos, corticosteroides e imunomoduladores tópicos”, explica Danif.
Tecnologia e Esperança
A introdução da tecnologia de luz intensa pulsada (IPL), inicialmente utilizada por dermatologistas para tratar doenças de pele como a rosácea, representa uma inovação promissora no tratamento da Síndrome do Olho Seco. “Estudos já demonstram que a luz pulsada pode melhorar significativamente os sinais e sintomas do olho seco evaporativo secundário à Disfunção das Glândulas de Meibomius. É importante, no entanto, buscar sempre um diagnóstico médico, pois apenas um especialista pode decidir o tratamento mais adequado para cada paciente”, adiciona Danif.
Para mais informações sobre a Síndrome do Olho Seco e orientações de prevenção e tratamento, procure um oftalmologista e faça uma avaliação completa da sua saúde ocular.
Sobre Oftalmologia Felício Rocho:
A Oftalmologia Felício Rocho é uma instituição especializada em oftalmologia, parceira do Hospital Felício Rocho. Comprometida com a excelência em cuidados visuais, oferecemos um leque completo de serviços, desde consultas detalhadas até exames oftalmológicos avançados, empregando as mais recentes tecnologias para garantir diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. Nossa equipe é formada por profissionais altamente qualificados e dedicados, reconhecidos pela competência em diagnósticos, tratamentos e cirurgias oculares.