Plataformas de comunicação das empresas são o principal canal de prática do bullying no home office
O bullying já é um tema amplamente discutido, especialmente quando se fala de ambiente escolar. No entanto, a prática do bullying extrapola os limites das escolas, sendo os espaços de trabalho um dos grandes exemplos de locais em que o comportamento é propagado. Enquanto se caminha para um avanço da conscientização sobre o assunto, no Brasil, desde o dia 15 de janeiro de 2024, o bullying e o cyberbullying são considerados como crimes, previstos por lei e com diferentes punições, de acordo com o devido julgamento dos casos.
Em relação ao ambiente de trabalho, a discussão sobre bullying segue em evolução, mas sem deixar de ser encarada como um tabu e ou mesmo com negação por muitas instituições. No entanto, pelo menos 44% dos brasileiros entrevistados afirmam já terem sofrido bullying no trabalho. Em relação ao formato de trabalho remoto, 79% dos respondentes entende que a prática do bullying segue acontecendo mesmo digitalmente.
A pesquisa é da Onlinecurriculo, plataforma de currículos online que investigou a presença do bullying nas empresas, buscando entender se o comportamento está sendo praticado nos ambientes de trabalho físicos e digitais, e quais as principais formas de propagação da violência no trabalho remoto.
Cyberbullying
O cyberbullying é a prática do bullying feita através de meios virtuais, saindo da esfera física e passando para o meio de convivência digital. Com a popularização do home office nos últimos anos, não se pode deixar de analisar a reprodução do bullying no formato remoto, uma vez que a prática também pode ser propagada através de meios digitais utilizados no trabalho. Com uma comunicação feita quase totalmente de forma online, as interações, e consequentemente os possíveis ataques entre os colegas, acontecem via plataformas digitais.
Neste contexto, algumas das principais formas de reprodução do bullying acontecem em trocas de mensagens em grupos da empresa em que todo o time está inserido (25%); reuniões remotas em grupos (16%); trocas de mensagens individuais (15%); trocas de e-mails em grupos (14%), e reuniões remotas individuais (11%).
Em relação ao bullying em trabalhos remotos, 45% dos entrevistados entende que a prática apenas se modificou, passando a se apresentar de outras formas; 40% entende que o bullying nas empresas diminuiu; 20% acredita que as agressões se mantiveram as mesmas, e 14% entende que a prática aumentou.
Sobre o home office, é importante evidenciar que as empresas também precisam oferecer o suporte e apoio para esses colaboradores. O fato do trabalhador remoto não estar diariamente no espaço físico da instituição, não impede que ele sofra as agressões. Nesses casos, as empresas precisam criar estratégias específicas para esse formato de trabalho e estarem muito próximas de sua equipe mostrando todo o apoio e suporte. O home officer pode trabalhar se sua casa, mas não pode estar isolado da empresa.