Pediatra francesa Catherine Gueguen comenta as recentes descobertas científicas sobre o desenvolvimento cerebral das crianças
Após o sucesso do livro O Cérebro da Criança, mais uma tradução indispensável para pais, mães, educadores e cuidadores chega ao Brasil: Por uma Infância Feliz, de Catherine Gueguen. A pediatra francesa compartilha as descobertas mais recentes da neurociência e levanta uma bandeira em prol do desenvolvimento infantil saudável por meio de relações afetivas respeitosas.
Enquanto a obra de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson, também publicada pela nVersos Editora, explora as nuances dos circuitos cerebrais, Por uma Infância Feliz vai além e destaca a importância crucial das interações afetuosas desde os primeiros anos de vida. Com uma abordagem esclarecedora, a doutora enfatiza como as interações empáticas moldam tanto a evolução emocional, quanto o avanço cognitivo das crianças, especialmente durante a primeira infância.
Por meio de exemplos clínicos, Catherine revela como um ambiente positivo durante a concepção até cerca de 6 a 7 anos de idade impacta no desenvolvimento de regiões cerebrais cruciais para habilidades emocionais e relacionais. Ela também rechaça a “violência educativa ordinária” (VEO), presente na educação familiar da maioria dos países e que tem impactos negativos duradouros comprovados pela ciência.
Com frequência, pais e mães pensam que seus filhos de 3-4 anos são capazes de controlar todas as emoções e ímpetos, e perdem rapidamente a paciência quando são confrontados com esse tipo de comportamento irracional, e acabam pensando que a criança está fazendo de propósito. Entretanto, ao contrário do que os adultos gostariam, nessa idade ela é ainda muito pequena para ser “racional”. Ela ainda é submersa por grandes crises de birra, de raiva, de reações impulsivas. […] Toda vez que uma criança pequena observa como adulto consegue atravessar um conflito emocional com calma, os circuitos de seu córtex orbitofrontal, responsáveis por regular a amígdala, vão “repetir” e gravar a cena vivenciada.
(Por uma Infância Feliz, p. 82)
Estudos científicos, como o trabalho de Akemi Tomoda da Universidade Harvard, destacam que as “correções” afetam o cérebro e podem até a reduzir o volume da massa cinzenta na região pré-frontal, crucial para o desenvolvimento da vida social. A solução? Adotar a parentalidade positiva, um modelo de criação que prioriza o desenvolvimento integral da criança, respeita os direitos e necessidades, proporciona amor, segurança, orientação, reconhecimento, limites e autonomia, sem recorrer a métodos coercitivos ou punitivos. Em resumo: as crianças se desenvolvem de forma mais saudável quando os pais demonstram amor, passam tempo de qualidade, compreendem os ritmos individuais e processos de desenvolvimento, promovem a comunicação clara e assertiva e o reforço positivo.
Ficha técnica:
Título: Por uma Infância Feliz
Subtítulo: Uma nova educação de acordo com as descobertas recentes sobre o cérebro humano
Autora: Catherine Gueguen
Tradutora: Barbara Barbalat
Editora: nVersos Editora
ISBN: 978-65-87638-98-0
Formato: 14×21 cm
Páginas: 280
Preço: R$ 69,90
Onde encontrar: nVersos ou Amazon
Sobre a autora: Catherine Gueguen é pediatra há 27 anos no Hospital Franco-Britânico, localizado em Levallois-Perret, França. É especializada em apoio parental, com formação em haptonomia (ligação por meio do contato físico) e comunicação não violenta. Ministra conferências e lidera grupos de trabalho sobre o apoio na educação de crianças pelo viés da neurociência para médicos, psicólogos, educadores e doulas. Tornou-se referência mundial na área da educação e da infância após o sucesso do livro Pour une child bonne.
Sobre a editora: a nVersos Editora lançou o primeiro livro em 2011 e, desde então, segue aprimorando continuamente o catálogo, a fim de garantir a pluralidade de leitores e de saberes. O objetivo principal da editora é a superação e a expansão do conhecimento, por isso tem como missão publicar obras que façam parte da busca por novos conhecimentos e que proporcionem o enriquecimento intelectual do leitor, ao contribuir para a propagação da publicação de livros relevantes para resolução de problemas e na formação cultural de todos.