A lombalgia é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando as atividades do dia a dia do paciente[1], e é considerada uma doença em si quando dura três meses ou mais[2]
A dor lombar é a principal causa de incapacidade no mundo. Em países de baixa e média renda, como alguns da América Latina, estima-se que sua carga aumentará nos próximos anos, em grande parte devido às dificuldades que os sistemas de saúde apresentam para lidar com esse tipo de doença.[1] O Dr. Ricardo Kobayashi, médico ortopedista com área de atuação em dor e professor colaborador do Centro de Dor da USP, explica que existem diferentes tipos de dor lombar e cada tipo tem um tratamento específico, por isso a avaliação por um especialista é essencial para escolha do melhor tratamento de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa.[3] Além disso, o especialista ressalta que o estilo de vida do paciente pode influenciar seu sistema de controle de dor. Por isso, é importante investir em bons hábitos para se evitar o impacto da dor lombar no dia a dia, como: |
1) Atividade física regular A maior parte dos estudos aponta que o ideal é realizar 150 minutos de exercício aeróbico por semana, assim como exercícios gradativos de fortalecimento em uma frequência de duas vezes por semana. Contudo, é importante iniciar de forma gradual e com a orientação de um profissional. Nos casos em que a dor limita a atividade física, as formas de tratamento do paciente precisam ser reavaliadas pelo médico responsável, para que assim os exercícios possam ser feitos de uma maneira adequada;[4] 2) Alimentação saudável “A ingestão adequada de água e a alimentação saudável permitem que o nosso organismo controle melhor as dores através dos nutrientes e da melhora da microbiota intestinal”, explica Kobayashi. “Além disso, alguns alimentos são considerados mais inflamatórios, e podem piorar alguns tipos de dor”;[5] 3) Sono reparador Dormir bem é essencial. “O sono de má qualidade piora o nosso controle da dor, aumenta a intensidade da dor, bem como a frequência de dor musculoesquelética, além de aumentar a incapacidade funcional da dor crônica”[6], aponta o médico; 4) Manejo de estresse Situações de estresse são comuns no cotidiano de todas as pessoas. No entanto, o doutor explica que a forma como essas situações são enfrentadas faz toda a diferença, podendo piorar o humor e as dores dos pacientes.[7] “Cuidar da saúde mental, além da física, também é muito importante”, enfatiza; 5) Avaliação e tratamento personalizados Buscar ajuda médica de um especialista é sempre o caminho mais indicado para o paciente com dores agudas (pontuais) e crônicas (que persistem por mais de três meses). O especialista em dor poderá fazer uma avaliação mais minuciosa do quadro do paciente e, consequentemente, chegar a um diagnóstico mais preciso e recomendar os tratamentos mais adequados às necessidades particulares do indivíduo. Kobayashi chama atenção para o fato de que “atualmente muitas pessoas buscam orientações de saúde por meio da internet e de mídias digitais, porém, isso é muito perigoso, porque a avaliação individualizada de cada caso faz muita diferença para a escolha do melhor tratamento e para o sucesso terapêutico”;[8] |
A dor lombar é a principal causa de incapacidade laboral em pessoas com menos de 45 anos de idade,[9] e causa uma média anual de 80 a 100 dias de afastamento do trabalho por pessoa no Brasil, custando US$2,2 bilhões à sociedade (aproximadamente R$10,78 bilhões), sendo que 79% desse prejuízo é devido somente à perdas de produtividade.[10] Além disso, a projeção é que, até 2050, mais de 800 milhões de pessoas no mundo todo terão dor lombar.[11] Tendo tudo isso em vista, o especialista ressalta a necessidade de criar bons hábitos que contribuam para o bem-estar. “A educação do paciente é necessária para a manutenção do seu tratamento e para a incorporação de hábitos que reduzam os fatores de risco”[1], finaliza. |