Em outubro de 2021, Mark Zuckerberg – fundador e presidente do Facebook Inc – anunciou que a empresa passaria a se chamar “Meta”, em uma alusão ao metaverso. Mais de um ano depois, o termo ainda traz muitas dúvidas.
O metaverso é definido por um conjunto de ambientes virtuais que simulam a realidade através de tecnologias imersivas. O objetivo é que as pessoas passem de apenas observadores para participantes ativos do universo on-line, ou seja, que interajam por meio de avatares e ambientes 3D.
Sobre o uso de óculos de RV e RA, computadores, fones de ouvido e 5G, o professor John Paul Lima, diretor dos cursos de graduação on-line da FIAP, acredita que futuramente essas tecnologias se tornarão mais acessíveis, mas que não são imprescindíveis para acessar o metaverso atualmente. “Elas permitem uma melhor experiência, mas as únicas coisas necessárias são internet e um dispositivo tecnológico”
De acordo com John Paul, o metaverso não se restringe aos avatares e ao uso dos equipamentos imersivos. “É muito além disso. Eu acho que num primeiro momento ele será a evolução da rede social e talvez no futuro a substituição da própria internet.”
Outra característica do metaverso é a criação de uma economia digital que permite aos usuários ganhar dinheiro, comprar objetos e roupas para avatares, negociar terrenos virtuais etc. Para isto, outras tecnologias são utilizadas: criptomoedas, blockchain e NFT.
Blockchain é a tecnologia que possibilitou a criação da moeda virtual mais famosa atualmente, o bitcoin, e consiste em um mecanismo que rastreia informações na internet, permitindo transações financeiras sem fraudes. As criptomoedas servem como método de troca e os NFTs (tokens não fungíveis) funcionam como um certificado de autenticidade de algum item, comprovando sua exclusividade.
Para os profissionais do futuro que pretendem trabalhar com as novas oportunidades do metaverso, John Paul avisa que não há uma profissão ou um curso específicos para usufruir desta nova tecnologia: “Assim como para um prédio ser construído precisa-se de engenheiro civil, engenheiro hidráulico, engenheiro elétrico, profissionais de logística, administrador, arquiteto etc, o metaverso não vai ter um só profissional e sim vários, contribuindo para a construção desse universo”.
Os cursos de tecnologia que existem hoje já preparam profissionais para lidarem com metaverso. “Na FIAP, por exemplo, temos graduações em Jogos Digitais, Defesa Cibernética e Redes de Computadores, que preparam os alunos para colaborar com a criação de ambientes virtuais, segurança do conteúdo trafegado e a infraestrutura para rodar todos os componentes do metaverso” explica John Paul. “Assim como o profissional que não estava preparado para lidar com o modelo remoto na pandemia foi prejudicado, o profissional que não souber se adequar ao metaverso futuramente também pode sair no prejuízo”, conclui o diretor.