A língua inglesa está por toda a parte: nas músicas, filmes, softwares e na gastronomia. E no mercado de trabalho não é diferente: dados de uma pesquisa da Catho indicam que um profissional que possui inglês fluente pode ter o salário até 61% maior do que alguém sem essa habilidade.
Apesar disso, um levantamento realizado pela British Council e pelo Instituto de Pesquisa Data Popular revelou que somente 5% dos brasileiros falam inglês e apenas 1% da população possui fluência na língua. Outra pesquisa, realizada pela Economist Intelligence Unit com empreendedores brasileiros, dá conta que 74% deles acreditam que perdem negócios importantes fora do país apenas por entraves com idiomas.
Esses dados destacam a importância da internacionalização das empresas brasileiras. De acordo com o estudo Trajetórias FDC de Internacionalização das Empresas Brasileiras, realizado em 2019, o Brasil possui cerca de cinco milhões de empresas, ainda que apenas 25 mil exportem produtos e por volta de 500 possuam subsidiárias ou franquias no exterior. Neste sentido, é possível que este número cresça à medida que mais profissionais estejam aptos para atuar neste mercado, com fluência plena em outros idiomas, sobretudo o inglês.
Dada a importância do inglês, não é raro que candidatos, e mesmo colaboradores, deixem de ser totalmente sinceros com relação a sua habilidade com o idioma. É nesse contexto que, segundo Rodrigo Quinhoneiro, CTO e CPO da Lingopass, edtech brasileira focada no ensino de idiomas para empresas, a IA (Inteligência Artificial) pode ser usada para avaliar e melhorar o idioma dos funcionários e candidatos de empresas.
Ele afirma que existem muitas aplicações interessantes da tecnologia de IA e ML (Machine Learning, na sigla em inglês – Engenharia de Aprendizado de Máquina, em português) para a educação de idiomas, incluindo testes de nivelamento, curadoria de conteúdo, análise de perfil comportamental e estilo de aprendizagem, recomendação e personalização de conteúdo de acordo com o comportamento de aprendizagem, entre outras.
Como é feito o nivelamento dos funcionários com a IA?
Quinhoneiro explica que, atualmente, é possível realizar os testes de nivelamento apenas analisando áudios. Nesse caso, os usuários gravam áudios respondendo perguntas específicas e esses arquivos são analisados pelas funções de reconhecimento de voz e análise de linguagem natural da IA, que os transcrevem.
“Esta ferramenta é capaz de analisar cinco aspectos da fala: pronúncia, entonação, fluência, vocabulário e gramática. Com isso, podemos fazer correspondências altamente precisas com o CEFR, obtendo o nível de cada pessoa no idioma em menos de um minuto”, afirma.
Segundo o CTO e CPO da Lingopass, o nível de detalhe é surpreendente: “Por exemplo, podemos identificar dificuldades específicas de pronúncia e entonação, como o som do ‘th’ ou do sufixo ‘ed’ e sugerir conteúdos práticos para essa dificuldade”, explica.
Hiperpersonalização de aprendizagem
Na visão de Quinhoneiro, a educação está seguindo a tendência de hiperpersonalização de aprendizagem. Ou seja, a educação poderá se adaptar às necessidades e objetivos de cada indivíduo de maneira única. “A tecnologia permite, por exemplo, adaptar a navegação para as preferências de cada pessoa e associar o mesmo conteúdo pedagógico a diferentes temáticas de interesse do estudante”, diz ele.
“A IA e o ML são ferramentas que ajudam a impulsionar de maneira rápida a performance das empresas, fazendo com que elas sejam mais eficientes e globalizadas”, complementa.
Para mais informações, basta acessar: https://www.lingopass.com.br/nivelamento