O Conselho Federal de Medicina propôs na última sexta-feira a criação de uma carreira federal de médico, que seguiria os moldes da carreira de juiz. O cargo exigiria dedicação exclusiva e poderia ser solução para a carência de profissionais em áreas mais carentes do Brasil, segundo o CFM. Para o conselho, ao contrário do que diz o Ministério da Saúde, há médicos em número suficiente para atender à demanda brasileira.
Pela proposta, entregue ao Ministério da Saúde e a parlamentares, o governo criaria o Programa de Interiorização do Médico Brasileiro, em caráter emergencial e transitório, com duração de 36 meses, e levaria os profissionais para cidades com até 50 mil habitantes, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
O plano destinado a fixar médicos em pequenas cidades, inclui melhorias em infraestrutura, instalação de Unidades de Pronto Atendimento e de laboratórios de análises clínicas. O Ministério da Saúde contrataria médicos provisoriamente.
Ao fim dos 36 meses, a proposta sugere que a criação de uma carreira de Estado, nos moldes da carreira de juiz, para ter dedicação exclusiva ao serviço público e trabalhar 40 horas semanais.
“Com um plano de cargos, carreiras e salários a gente acha que coloca em lugares remotos médicos, que teriam perspectiva de uma carreira até chegar em alguns postos em cidades maiores e até mesmo em capitais”, avaliou Emmanuel Cavalcanti , um dos vice-presidentes do conselho.
A entidade de classe propõe também a criação de carreira federal para enfermeiros, dentistas, farmacêuticos e bioquímicos.
Recentemente, o Ministério da Saúde disse que pretende trazer 6 mil médicos cubanos para atuar nas áreas mais carentes do Brasil. Além disso, o governo estuda atrair médicos espanhóis e portugueses. Para o ministério, faltam médicos no Brasil. O conselho de medicina não concorda e sustenta que há médicos em número suficiente para suprir a demanda.
De acordo com o Ministério da Saúde o plano proposto pelo conselho será avaliado, embora tenha adotado políticas para valorizar o profissional e levá-lo para regiões com déficit de profissionais.