UPA 24h Zona Leste, em Santos, alerta para os perigos de acidentes nas praias, que atraem turistas neste período de férias e calor
O verão chegou e as altas temperaturas atraem milhares de pessoas para as praias. Somente em São Paulo, estima-se que cerca de 5 milhões de turistas busquem a região litorânea do estado este ano, durante as festas de fim de ano e férias escolares. Mas, para curtir com tranquilidade esse momento tão esperado é importante ficar atento para evitar acidentes, principalmente no mar.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os afogamentos são a terceira causa de morte acidental no mundo e representam quase 8% do total de mortes globais. “Infelizmente o risco é real. A maioria das mortes ocorre porque as pessoas ignoram os riscos, não respeitam seus limites pessoais e não sabem como agir nessas situações”, alerta Gisele Abud, diretora Técnica a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, em Santos (SP).
A unidade, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos, sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, está localizada na região litorânea do estado de São Paulo e atua como referência para urgências em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia.
A profissional destaca que o afogamento ocorre, de forma geral, por asfixia decorrente da aspiração de líquido, que obstrui as vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões), ocasionando alterações das trocas gasosas, que levam a falta de oxigênio no sangue e, por consequência a acidez excessiva do sangue e fluidos corporais.
Estudo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), aponta que a cada uma hora e meia, um brasileiro morre afogado e 90% dos óbitos acontecem em águas naturais, ou seja, rios, oceanos, represas, cachoeiras etc. Ainda de acordo com levantamento do órgão, homens morrem em média 6,7 vezes mais, sendo os jovens, de até 29 anos, as principais vítimas.
No Brasil, as principais causas de afogamento nas praias são a ingestão de bebidas alcoólicas (que alteram a capacidade de julgamento e resposta do banhista), correntes de retorno (onde o banhista é puxado para dentro do mar), depressão no fundo das praias e o impacto das ondas (onde o movimento forte da água arremessa o banhista para baixo).
Como a prevenção é a ferramenta mais eficaz contra os afogamentos, confira algumas orientações importantes:
1- Procure o guarda-vidas mais próximo antes de entrar na água, ele saberá informar sobre as condições do mar e o local mais apropriado para banho;
2- Respeite as sinalizações, como bandeiras verde, amarela e vermelha. Em caso de alerta de perigo, não entre no mar;
3- Fique na parte rasa, principalmente se não souber nadar. Como diz o ditado: “Água no umbigo, sinal de perigo”;
4- Entre no mar acompanhado;
5- Não entre no mar sob efeito de drogas, álcool ou após ter ingerido alimentos pesados;
6- Não entre no mar a noite e em situações com chuva e raios;
7- Nade em locais seguros, longe de pedras e costões;
8- Tenha atenção redobrada com crianças, que devem entrar no mar sempre acompanhadas por um adulto. É importante também colocar pulseiras de identificação;
9- Lembre-se que no mar há condições adversas. Dados apontam que 50% dos afogados são pessoas que sabem nadar, então cuidado com o excesso de confiança.
10- No caso de uma ocorrência ligue imediatamente para os bombeiros (193), ou chame o guarda-vidas quando perceber pessoas em situação de afogamento.
Caso seja necessário agir, entre no mar sempre com uma boia ou objeto flutuante que possa ser jogado para o banhista em dificuldade agarrar. “Evite se aproximar, pois no momento do desespero, o banhista pode se agarrar a você e ambos se afogarem”, alerta a médica.