Quase um terço dos casos de cânceres intestinais podem ser evitados. Rastreio permite detecção precoce que favorece a cura
Os casos de cânceres colorretais, como o do craque Pelé, são o segundo tipo de câncer mais incidente tanto nos homens quanto nas mulheres brasileiras, atrás apenas dos cânceres de pele não melanoma, do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Cerca de 30% de todos os cânceres colorretais (cânceres de intestino) são causados por fatores como o baixo consumo de fibras alimentares, atividade física insuficiente, consumo de carne processada e de carne vermelha acima do recomendado (até 500 gramas por semana), de bebidas alcoólicas e excesso de peso. Assim, boa alimentação, atividade física e evitar álcool ajudam a evitá-lo.
Além disso, muitas vezes esses cânceres se desenvolvem a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Significa dizer que com a retirada do pólipo, evita-se que se torne um câncer.
“Mas quando o câncer já teve início, o médico patologista é importante no diagnóstico, pois ele é o responsável pelo laudo da biópsia que traz as indicações de possíveis tratamentos”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) para 2023 e 2024.
Os cuidados com a saúde incluem exames de rastreamento, recomendados para todas as pessoas a partir de 50 anos, como o de sangue oculto nas fezes e, em caso positivo, a colonoscopia, um exame de imagem que, caso mostre algo suspeito, permite aos médicos fazer biópsia já durante a sua realização. “Dependendo desses resultados, uma amostra é enviada para o médico patologista, que é quem faz a análise de biópsia e o diagnóstico – se é mesmo um câncer, de que tipo é o tumor. O diagnóstico é fundamental para a definição do tratamento”, acrescenta o Dr. Klock.
De acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de intestino ou colorretal representam o segundo tipo com maior incidência em homens e mulheres no Brasil e costumam surgir por volta dos 50 anos. “A demora no diagnóstico correto permite que o câncer cresça, podendo comprimir e invadir outros órgãos sadios na região do corpo. Outro cenário é quando as células cancerosas se desprendem e se espalham no sangue e/ou vasos linfáticos e nesse caso o câncer migra para outros órgãos, como fígado, pulmão e ossos”, explica o Dr. Klock.
Fique de olho nos sintomas!
No início, o câncer de intestino se desenvolve sem sintomas, por isso o rastreio é importante. Mas vale ficar atento. Sintomas de constipação frequentes devem ser investigados, já que o contato prolongado das fezes, com as paredes do cólon e do reto aumenta as chances da incidência deste tipo de câncer. Pessoas com pólipos (crescimento de tecido nas paredes colorretais) no intestino devem fazer acompanhamento com regular.
Outros sintomas, também presentes em outras doenças, são: mudança nos hábitos intestinais sem motivo aparente; recorrência de diarreia ou prisão de ventre; sangue nas fezes; evacuações dolorosas; gases frequentes; desconforto gástrico; perda de peso sem motivo e cansaço constante. Na dúvida, procure um médico.
Sobre a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia. E em agosto de 2022 aconteceu a sua 33ª edição. A SBP também produz a publicação “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.