De acordo com o pneumologista Dr. Gleison Marinho Guimarães é possível alcançar uma melhor qualidade de vida se alguns procedimentos forem seguidos corretamente
A asma é um problema respiratório que afeta, aproximadamente, 300 milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo uma das doenças não transmissíveis mais comuns do planeta. A doença está associada à inflamação crônica e hiperresponsividade da via aérea, apresentando sintomas como tosse, dispneia e dor torácica.
A variação grave da asma acomete aproximadamente 10% dos adultos e 2,5% das crianças que possuem a enfermidade respiratória.
De acordo com o pneumologista Dr. Gleison Marinho Guimarães, formado pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – SBPT, a asma grave se caracteriza pela frequente necessidade de uso de corticoterapia oral. “Esses pacientes apresentam redução da qualidade de vida, alto risco de evolução para limitação fixa de via aérea e devem ser avaliados quanto à indicação do uso de biológicos para melhor controle da doença”, relata.
A asma grave é heterogênea tanto nos aspectos clínicos quanto no tipo de inflamação. A inflamação tipo 2 é caracterizada por intensa participação das interleucinas 4, 5 e 13 e está associada à elevação do número de eosinófilos séricos absolutos e/ou da fração exalada de óxido nítrico. “Alguns componentes da cascata T2 como a IgE, o próprio eosinófilo, as interleucinas envolvidas na inflamação T2 e as alarminas vêm sendo estudados e utilizados como alvo terapêutico para pacientes com asma grave”, revela o especialista.
O médico afirma que alguns biológicos são fundamentais e eficientes no tratamento da asma grave. “O anticorpo monoclonal Anti IgE (Omalizumabe), por exemplo, se liga à fração Fc da IgE livre, impedindo que esta se ligue a mastócitos, basófilos, células dendríticas e eosinófilos. É administrado via subcutânea e é indicada para pacientes com perfil T2 alto eosinófilo atópico. Neste perfil de pacientes há redução de exacerbações, redução de sintomas, melhora da qualidade de vida e pequeno aumento do VEF1”, declara.
Por outro lado, o Mepolizumabe e o Benralizumabe são biológicos que atuam na interleucina 5. “O Mepolizumabe é administrado via subcutânea a cada 4 semanas para pacientes com asma com fenótipo eosinofílico grave. Os efeitos positivos são a redução de exacerbações e sintomas, efeito pequeno a moderado no VEF1, diminuição da dependência de corticoterapia oral e melhora da qualidade de vida. O Mepolizumabe pode ser utilizado ainda em contexto de pacientes com asma nos pacientes com granulomatose eosinofílica com poliangeíte. Enquanto isso, o Benralizumabe é administrado via subcutânea a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses e a cada 8 semanas a partir da quarta dose e apresenta os mesmos benefícios do Mepolizumabe”, finaliza Dr. Gleison Guimarães.
Outros biológicos, como dupilumabe, tezepelumabe e itepekimabe também apresentam benefícios aos portadores de asma grave.
Sobre Gleison Marinho Guimarães
É médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. Atuou como coordenador de Políticas Públicas sobre Drogas no município de Macaé (2013) e pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), gestora da Cidade Universitária (FeMASS, UFF, UFRJ e UERJ) até 2016. Professor assistente de Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé.
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