Pular para o conteúdo

Saúde: doses diárias de chá e café podem reduzir o risco de AVC e demência

Ricos em antioxidantes, atuam na redução da inflamação do organismo

Créditos:IStock

O cheiro de um café recém-passado pode ser a cura de muitos males; só a fumacinha que sai da xícara já inspira confiança e coragem para viver. Não é à toa que para muita gente o dia só começa depois do cafezinho. O poder do café não está só no nosso imaginário, é um dado real. Uma pesquisa publicada pelo Journal of Environmental Psychology reuniu 114 alunos, que foram divididos em grupos, para resolver questões de matemática. O grupo exposto ao cheiro de café alcançou uma pontuação muito melhor do que aqueles que não sentiram o cheiro delicioso.

Poder de cura

“Para vigias em ronda, café. Para limpar a lousa, apagador. Para o beijo da moça, paladar. Para uma voz muito rouca, hortelã”, é o que canta lindamente Marisa Monte, na música Diariamente. Se o café tem o poder de acordar o cérebro, o chá tem o poder de muitas coisas, a depender da erva que é feito, ou da combinação delas.

Um estudo divulgado pelos pesquisadores da Universidade Médica de Tianjin, na China, reuniu 360 mil participantes, por um período de 10 a 14 anos, e concluiu que aqueles que consumiram de duas a três xícaras de café ou de três a cinco xícaras de chá por dia tiveram um risco menor de acidente vascular cerebral (AVC) e demência.

Medicina Tradicional Chinesa

De alguma forma, essa não é uma novidade na cultura asiática, já que a bebida quente tem uma relevância milenar na Medicina Tradicional Chinesa, capaz de equilibrar o organismo e favorecer o trato digestivo. A água gelada, em contrapartida, faz mal ao órgão Pi, formado pelo baço e pâncreas, responsável pela absorção e transporte dos nutrientes. O prejuízo no seu funcionamento se dá pelo que eles chamam de umidade. Assim, a água morna, ou chá, funciona como um potencializador no equilíbrio das funções do baço e do pâncreas.

Não é à toa que, especialmente, os chineses costumam tomar chá e água quente com muita frequência. “Um chá para curar essa azia, um bom chá para curar essa azia”, cantou Falcão, da banda O Rappa, em consonância com a importância do chá no trato digestivo para a cultura oriental.

Coisa nossa

Já o cafezinho é bem coisa nossa. O Brasil é um dos países que mais consomem café no mundo. O café é um bem cultural e ancestral do brasileiro, e simboliza aconchego e acolhimento. A bebida é democrática e está em todas as casas, independentemente da classe social, e vira e mexe está em nossas músicas: “todo dia de manhã, enquanto eu tomo meu café amargo”. O café tradicional é rico em cafeína, muito se fala sobre ela, mas, afinal, o que é cafeína? É uma substância estimulante, que atua no cérebro como psicoativo, capaz de influenciar nosso humor, atenção, capacidade de raciocínio e inibição de dor. É utilizada em muitos medicamentos, como antigripais, por seu efeito analgésico e para combater o cansaço e a tontura.

Uma dupla de respeito

O café e o chá são fontes de antioxidantes, conhecidos como polifenóis, que atuam na redução da inflamação do organismo, por isso ajudam a prevenir o surgimento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes e câncer.

Dentre a imensa variedade de chás disponíveis na natureza, o chá verde e o branco são versões mais ricas em polifenóis. Um estudo da Universidade de Harvard revelou que mulheres que consumiram o chá verde tinham um risco de 20 a 30% menor de desenvolver câncer de mama. Enquanto outra pesquisa realizada na China apontou que o chá verde diminuiu em 42% o risco de desenvolver câncer colorretal.