Doenças respiratórias, como a H1N1, a H3N2 e a covid-19, podem gerar algum tipo de comprometimento pulmonar e debilitar a qualidade de vida de pacientes mesmo após a recuperação — em uma pesquisa divulgada por uma universidade britânica, sete a cada dez pessoas internadas por conta do coronavírus continuam a apresentar sequelas até cinco meses após a alta. Exercícios de respiração feitos em casa auxiliam no fortalecimento do corpo e ajudam a prevenir complicações.
De acordo com a coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera, professora Gabriela Mariotoni Zago, os procedimentos são capazes de melhorar a oxigenação sanguínea, promover a mobilização de secreções, assim como trabalhar na expansão dos pulmões. “Embora não impeçam novas contaminações, existem técnicas manuais e recursos instrumentais indicados para manter a função pulmonar adequada e desobstruir as vias aéreas superiores e inferiores”, afirma a docente.
A fisioterapeuta alerta que nada substitui a avaliação de um profissional especializado e que quadros mais graves não devem ser negligenciados. Para recuperação de casos simples, a professora indica três exercícios fisioterapêuticos respiratórios, que podem ser realizados em séries de dez repetições, até duas vezes por dia.
Inspiração em três tempos
Para esse exercício, é indicado que o oxigênio seja inspirado em três intervalos, até que seja absorvido o máximo de ar possível. “Para ajudar na execução, podemos abrir os braços aos poucos, em três tempos, acompanhando cada respirada e segurar por dois segundos”, ensina. A atividade leva o pulmão até sua capacidade total e, consequentemente, gera ventilação de áreas que não são atingidas ao respirar normalmente.
Respiração diafragmática
“Com uma mão no tórax e a outra no abdômen (na altura do umbigo), nós vamos controlar a inalação e permitir a movimentação apenas da barriga”, orienta Gabriela, que explica que o diafragma é o principal músculo da respiração. “Além disso, essa atividade pode diminuir a frequência cardíaca, o que combate o estresse e permite que o praticante fique mais calmo”, acrescenta.
Borbulhar
Com o auxílio de um copo com água e um canudo, é possível mobilizar secreções que se encontram nas regiões inferiores do pulmão por meio da vibração provocada por borbulhamento. “Após inspirar e segurar o oxigênio por três segundos, a pessoa que faz o exercício deve expirar todo o ar pelo canudo para fazer bolhas durante o máximo de tempo possível, a fim de carrear as substâncias presentes no peito”, explica. Se a força da atividade provocar tontura constante, é preciso interromper e procurar por um profissional.
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