Cirurgiã dentista, Talita Dantas, explica por que a atividade física intensa pode diminuir a durabilidade do procedimento e compartilha segredo para que a o efeito dure mais
A aplicação de toxina botulínica (ou Botox, que é a marca mais reconhecida da substância) é um dos procedimentos mais buscados por quem quer manter a autoestima em dia. Tratar a aparência das linhas de expressão, arquear as sobrancelhas e levantar o canto dos lábios são algumas das várias aplicações na estética.
“O botox, normalmente, é o primeiro passo dado por quem quer se sentir melhor com sua aparência e pode ser feito a partir dos 25 ou 30 anos, justamente para dar início ao que chamamos de ‘gerenciamento do envelhecimento’, afirma a cirurgiã dentista Talita Dantas, que atua na área de harmonização orofacial há seis anos.
A duração média do efeito da toxina botulínica no organismo é de quatro a seis meses, mas existem alguns fatores que podem acelerar a formação de novos neurotransmissores responsáveis pela contração muscular e que anulam o efeito da aplicação. “Quanto mais expressiva é essa pessoa, ou se faz atividade física intensa ou tem um metabolismo muito ativo, mais esse processo será acelerado. Como atividade física intensa, consideramos a pessoa que fica lá duas horas no crossfit suando excessivamente, fazendo careta e fazendo muita força para pular etc”, afirma.
Porém, segundo Talita, outros fatores também refletem na durabilidade da toxina botulínica, como o produto que é utilizado, a diluição que é feita pelo profissional e a quantidade de produto aplicado. Essa durabilidade também depende das técnicas de aplicação e da distribuição dos pontos de aplicação na face.
“Por isso, é extremamente importante que o profissional tenha conhecimento anatômico e estratégico personalizado para a aplicação no paciente. Os pontos de aplicação não são iguais e é preciso ter entendimento da ação muscular de cada paciente para um planejamento adequado seguido do resultado esperado”, pontua Talita.
Como fazer o botox durar mais?
A cirurgiã dentista afirma que não existem truques, mas um conhecimento científico que mostra que a prescrição de alguns complexos à base de zinco pode contribuir para melhorar a duração dos efeitos do procedimento. “Orientamos a posologia adequada para cada caso e o paciente faz uso do suplemento antes da aplicação. O zinco contribui para que as ligações químicas aconteçam de maneira favorável à duração da toxina botulínica”, explica Talita.
Aplicações em excesso causam “efeito vacina”
Depois de algum tempo, é possível perceber que as rugas ativas (linhas de expressão), voltam a aparecer quando movimentamos o rosto. “É necessário respeitar o intervalo mínimo de aplicação de quatro a seis meses para não gerar o “efeito vacina”, que é o mesmo causado pelo uso de medicamento sem prescrição e que faz o organismo criar resistência a ele. Esse tempo precisa ser respeitado mesmo que antes dele as rugas voltem a aparecer”, diz a cirurgiã dentista.
Para quem ainda quer aproveitar as festas de final de ano com a autoestima em dia, é possível fazer aplicações até 15 dias antes das festas. “A toxina botulínica tem recuperação tranquila e a partir de dois dias já começa a fazer efeito. Mas o ápice de seu resultado aparece em 15 dias, então é preciso planejamento para fazer dar certo”, finaliza Talita.