Há algumas semanas tem sido constatados, e tolerados, nos murais de alunos, piadas, se é possível usar esse termo, a respeito da instituição escolar, do porte ‘Pra quê preciso dessa m* de Bhaskara’, ‘História pra quê se todo mundo já morreu’, ‘Não basta a aula ser chata, ela tem que ser dupla’ dentre outras piores. A partir do momento que opte-se por uma profissão, é obrigação estar preparado para os percalços que ela vai oferecer ainda depois da ‘velhice tranquila’. O problema é quando os ossos do ofício fica maior que um Cemitério da Saudade.
Os direitos de cidadão hoje garantem a liberdade total de opinião e publicação, mais ainda nesses tempos de eras Jobs e Zuckerbergs, mas daí apelar para o tipo ofensivo e de mau-gosto já é demais. O aluno tem todo o direito do mundo de não gostar de frequentar a escola, no entanto usar da filosofia negativa com intenção de ser engraçada não é o melhor argumento. Guardar a opinião pra si próprio, comentar apenas em reuniões de amigos (festas, baladas) já está de bom tamanho.
É certo que, se porventura, quaisquer profissional da área da educação se atrever a postar, comentar, compartilhar ou até mesmo o singelo curtir algo que denigre a imagem da outras profissões, seja médica, engenheiro, advogada, pedreiro ou operária, a represália é imediata, pelo fato se serem considerados pelos pais exemplos e modelo para seguir, em que se deve zelar pela boa conduta e pela ética do discente.
Essa questão de expressar livremente em tempos de redes sociais pode facilmente se voltar ao precursor de opiniões. A disponibilidade de tecnologias e o respectivo acesso nunca foram tão fáceis e dinâmicos, o problema é o modo de uso dessas maravilhas como raciocinar, refletir ou até mesmo direcionar. O combate ao analfabetismo digital faz dos jovens e adultos mais inteligentes ou atrofiados em se tratando de atitudes e posicionamentos corretos?
Um dos grandes perigos da exposição aos grupos de internet é a repercussão de TUDO (isso mesmo, em maiúsculo) que é postado pelos cliques, ainda que bata o arrependimento e apagar (n)o ato, vide os prints da vida. Uma atitude drástica, e longe de ser certa, comum em caso de mal-atendimento em uma instituição e não voltar e propagar aos mais próximos que façam a mesma coisa. Às vezes pode-se pensar isso sobre uma escola também, simplesmente por uma curtida ou comentário interpretado de forma errônea por poucos mas espalhados por muitos.
Nesse último fim de semana de férias de inverno tropical, é aguardar para ver as publicações de alunos lamentando o início do semestre escolar, que estão contando os dias até o 7 de setembro. Resta aos educadores otimistas o desdobramento em sala de aula para evitar as reclamações pesadas aos olhos do mundo, inclusive de pais de alunos. O bom é que a jornada de trabalho impede que fiquem plugados por muito tempo, já que ‘o que olhos não veem o coração não sente’, e o cérebro não cansa nem o desgaste surge, em se tratando dos professores.
[author] [author_image timthumb=’on’]http://www.guairanews.com/wp-content/uploads/2012/04/gabrielogata.jpg[/author_image] [author_info]Gabriel Carlos Ogata Nogueira é graduado em História pela Unimep (2008), pós-graduado em História do Brasil e da América no Cenário Geopolítico Contemporâneo pela Unifran (2011) e formando em Geografia pela Unifran (2012). Professor nas escolas Centro Educacional Ana Lelis Santana e Escola de Educação Básica e Educação Profissional Irum Curumim. Autor do Blog http://autoparapessoas.