O aumento do controle da pandemia da Covid-19, a ampliação da vacinação e a maior flexibilização das regras de isolamento social podem encorajar mulheres e casais a engravidar.
E a mulher tentante deve observar que, se a tentativa durar mais de um ano, o ideal é buscar ajuda de um especialista. Alguns exames são importantes para verificar a fertilidade, tanto dela quanto do parceiro.
“A partir da identificação da dificuldade, é muito importante buscar a causa. E esses exames mostram se a mulher ou o homem são inférteis e o que pode estar impedindo essa gravidez. A chance de infertilidade é a mesma para homens e mulheres, de 35%. Em 20% dos casos, os dois podem apresentar problemas e em 10% não há causa aparente”, diz Cláudia Navarro, médica especialista em reprodução humana.
Ainda é possível que haja outros fatores que estejam dificultando a concepção e que podem ser tratados. “A partir das consultas e análises de exames, o especialista vai reconhecer esses fatores e apontar os possíveis tratamentos para o casal que deseja ter filhos. É importante ressaltar que, como tudo em medicina, a indicação dos exames, assim como o tratamento ideal, deve ser individualizada”.
Nove exames para identificar infertilidade
1. Pesquisa hormonal básica: mede a produção de hormônios como FSH, prolactina e TSH. “O objetivo é descartar alterações que podem modificar todo o funcionamento do corpo”, explica Cláudia.
2. Ultrassom endovaginal: verifica se há problemas na anatomia do órgão reprodutor feminino que podem impedir uma fecundação.
3. Ultrassom seriado ou Rastreamento de Ovulação: é o ultrassom endovaginal feito de forma sequenciada, por 3 ou 4 vezes. Ele serve para acompanhar a ovulação e ajuda a calcular o período fértil.
4. Histerossalpingografia: é realizado a partir da aplicação de contraste através do colo uterino, combinado com uma série de raios-x. Esse exame verifica integridade morfológica e funcional das tubas e da cavidade uterina. “O nome costuma assustar as pacientes, mas é um exame geralmente indolor”, diz.
5. Videolaparoscopia: procedimento cirúrgico indicado após a suspeita inicial de alterações tubárias, endometriose e aderências pélvicas, feitas geralmente pela histerossalpingografia. Então, não é indicado para todas as pacientes.
6. Video histeroscopia: com o uso de uma microcâmera introduzida pela vagina e pelo colo do útero, o exame detecta a existência de alterações como miomas submucosos, pólipos, processos inflamatórios, malformações e aderências. “Esse exame também tem indicações específicas”, alerta Cláudia.
7. Cariótipo com banda G (homem e mulher): realizado a partir de coleta de sangue, ele pesquisa a integridade cromossômica do casal, com o intuito de identificar problemas genéticos como mosaicismos e translocações. Só é realizado em situações específicas.
8. Espermograma: analisa volume, concentração (quantidade), motilidade (qualidade) e morfologia dos espermatozóides produzidos.
9. Ultrassom de testículos: avalia presença de varicocele ou outras alterações que podem estar relacionadas com infertilidade. Também apresenta indicações específicas, não devendo ser feito em todos os pacientes.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.