Por Dra. Ana Carolina Peuker, psicóloga e CEO da BeeTouch
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels
Onde você lê “ritual”, tente substituir por ações e comportamentos coordenados de caráter ordinal e sequencial.
Todos nós temos um ritual, certo? Provavelmente você segue uma determinada ordem para vestir as meias e os sapatos (meia-sapato-meia-sapato ou meia-meia-sapato-sapato?) para começar a cozinhar, para lavar a louça, para estudar para uma prova e para tantas outras coisas.
É verdade que muitos desses rituais não têm uma finalidade real, mas algumas de nossas “manias” que parecem despretensiosas, podem surpreendentemente melhorar o nosso desempenho em atividades que exijam concentração e foco.
Pense aí: antes de começar a trabalhar ou estudar, é bem provável que você tenha o seu próprio ritual. Tomar um café passado, organizar a sala e o ambiente de trabalho (no caso do home office), colocar uma playlist escolhida para o momento, assistir alguns minutos ao jornal da manhã, ver o clima para o dia e etc.
Ainda que esses comportamentos não tenham um propósito instrumental direto, eles ajudam a colocar o seu mundo em ordem.
A ciência comprovou isso. Atletas de alto desempenho costumam praticar rituais antes de grandes competições, e isso não serve para “dar sorte” a eles, mas os ajudam a melhorar sua execução e diminuir sua ansiedade e estresse.
Rituais pré-desempenho envolvem funções cognitivas (processos mentais) e comportamentais que ajudam a regular nossa organização mental, excitação emocional, além de proporcionar maior concentração e favorecer um estado “homeostático” (equilibrado) psicológico e fisiológico.
E não serve somente para os esportes, a prática de rituais ajuda a melhorar o desempenho – na vida pessoal e na carreira das pessoas – em determinadas tarefas que se propõem a cumprir. Eles são uma forma de sinalizar para nós mesmos que estamos nos preparando para fazer algo importante.
Resumindo, os rituais pré-desempenho são uma forma eficaz de diminuir o nosso estresse e de nos concentrarmos menos em como estamos nos sentindo e mais naquilo que realmente precisamos fazer.
Sobre a autora:
Ana Carolina Peuker é fundadora e CEO da Bee Touch, mental healthtech pioneira na mensuração, rastreamento e predição do risco psicossocial e em avaliações psicológicas digitais. É também co-criadora da AVAX PSI, a plataforma pioneira de avaliações psicológicas do Brasil. É entusiasta do fortalecimento da inovação na área da saúde mental. Especialista em Psicologia Clínica. Realizou Mestrado, Doutorado e Pós Doutorado no Laboratório de Psicologia *Experimental, Neurociências e Comportamento (LPNeC), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou Pós Doutorado no Grupo de Estudos Avançados em Psicologia da Saúde – GEAPSA (UNISINOS). Quanto ao currículo, foi professora do Instituto de Psicologia da UFRGS, atuou como pesquisadora e professora do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD), do Departamento de Psiquiatria (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). Ana Carolina é membro da Comissão de Avaliação Psicológica (CAP) e do Grupo de trabalho em avaliação psicológica dos riscos psicossociais do Conselho Regional de Psicologia do RS (CRP/07). Além disso, integra o Grupo de Trabalho de Enfrentamento à COVID-19 da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) e recentemente, faz parte do Artemis Project, programa Canadense de aceleração, que tem como objetivo favorecer a participação de negócios liderados por mulheres na cadeia de fornecedores da indústria de mineração.
Sobre a BeeTouch:
A Bee Touch, mental healthtech pioneira na mensuração, rastreamento e predição do risco psicossocial e em avaliações psicológicas digitais, possui tecnologia com algoritmo proprietário para que os riscos psicológicos possam ser rastreados digitalmente para garantir a predição e o controle de processos, eventos, situações que podem causar danos às pessoas e ao ambiente. Os riscos psicológicos devem ser prevenidos e geridos, da mesma forma lógica e sistemática que outros riscos de saúde e segurança no local de trabalho, independentemente do tamanho ou tipo de empresa. Ao seguir uma metodologia bem definida é possível assegurar que os riscos psicológicos estão sendo avaliados, monitorados e prevenidos e que ações custo efetivas sejam tomadas.