A Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o governo do Estado, garantiu 100% de proteção contra mortes, casos graves e internações por Covid-19 nos testes clínicos feitos no Brasil. Para sintomas leves, a imunização foi de 78% – ou seja, de cada 100 pessoas vacinadas, 22 podem apresentar apenas sintomas leves da doença, sem a necessidade de internação.
O estudo, coordenado pelo Instituto Butantan, contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa. As informações foram apresentadas nesta quinta-feira (7) em solenidade na capital.
“São resultados que nos enchem de otimismo. Com esse grau de eficácia, quem tomar a vacina estará com a saúde protegida”, disse o deputado Edmir Chedid (DEM), membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
Fase de testes
A parceria entre o Butantan e o laboratório da China é desenvolvida desde o dia 10 de junho. Em outubro, foi divulgado que a Coronavac é a mais segura entre todas as vacinas testadas no Brasil.
Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos.
Agora, o Butantan trabalha para obter o registro emergencial da Coronavac junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A liberação é necessária para o início da campanha de imunização no Estado a partir do próximo dia 25.
“Segundo o Butantan, a pesquisa realizada no Brasil foi a prova mais dura e complexa já realizada em todo o mundo para uma vacina contra o coronavírus. Isso porque, por serem profissionais da área da saúde, todos os 12,4 mil voluntários tiveram risco muito maior de infecção. Eles estavam na linha de frente do enfrentamento à Covid”, ressaltou Edmir Chedid.
Vacina em produção
O Butantan concluiu a contratação de 124 profissionais para reforçar produção da vacina contra o coronavírus. Eles se juntam aos 245 que já trabalhavam na fábrica, que ocupa uma área produtiva de 1.880 metros quadrados. Foram contratados 69 auxiliares de produção, 53 técnicos de produção e dois tecnologistas.
“Pela urgência, garantimos o terceiro turno da fábrica em uma rotina incessante de produção. Hoje, já temos em solo nacional 10,8 milhões de doses”, afirmou o diretor do instituto, Dimas Covas.
O local dispõe de seis máquinas principais para envase do extrato composto da vacina, além de rotulagem e embalagem.
No mesmo complexo são envasados anualmente 80 milhões de doses da vacina contra a gripe, além de 13 tipos de soros. A Coronavac tem composição semelhante a outros produzidos pelo Butantan, o que facilita e agiliza o processo de envase.
Campanha de vacinação
O Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19 tem início previsto para o próximo dia 25. Nesta primeira etapa, que vai até o dia 28 de março, serão vacinadas 9 milhões de pessoas, entre idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. Segundo o governo, estes grupos representam 77% das mortes por coronavírus registradas no Estado.
A Coronavac será aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. O público-alvo poderá receber a vacina em 5.200 postos espalhados em todas as cidades do Estado, inclusive aos sábados, domingos e feriados.
A expectativa do governo é que até julho toda a população do Estado esteja imunizada.