São Paulo, novembro de 2020 – A fertilidade feminina é rodeada de tabus, que se iniciam ainda na adolescência, quando as meninas entram na puberdade e passam pela primeira menstruação. A partir daí, os paradigmas acompanham as mulheres durante todo seu período fértil e mesmo após a menopausa.
Não importa qual fase da vida, sempre terá um dilema relacionado à fertilidade que perturba o dia a dia feminino. Por isso, é importante falar sobre o tema e esclarecer o que é verdade em cada momento. A médica ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana, Dra.Melissa Cavagnoli elenca cinco tabus para você descontruir antes de completar 30 anos.
1. A menstruação não é algo para se envergonhar
Muitas pesquisas apontam que as meninas (e mulheres adultas) sentem vergonha de falar sobre menstruação. Infelizmente, alguns motivos desse constrangimento é a falta de conhecimento sobre o que é este sangramento e a falsa ideia de que pode remeter à sujeira. Além disso, existe uma série de preconceitos relacionados ao período pré-menstrual, que taxam as mulheres de estressadas e mau humoradas, se tornando até motivo de piadas.
“A menstruação ocorre todos os meses em mulheres em idade reprodutiva. Ela é a descamação das paredes internas do útero, pois o corpo se prepara para a gravidez todos os meses e, quando não há fecundação, o endométrio se desprende e é expelido, por meio do sangramento que conhecemos como menstruação”, explica a especialista.
É importante destacar ainda que a menstruação não é suja e faz parte da vida de todas as mulheres, por isso, não há motivo para se envergonhar. Uma maneira de desconstruir esse preconceito é falar sobre o tema desde a adolescência, ensinando suas filhas e compartilhando angústias ou medos com as amigas.
2. Fertilidade não está ligada à feminilidade
Se engana quem estereotipa o perfil de mulher que é ou não fértil. Poder gerar filhos não está ligado a vontade de ser mãe, a posição social, a profissão ou até mesmo a opção sexual.
“A fertilidade está diretamente relacionada a capacidade do organismo de ter óvulos saudáveis, o que está muito relacionado à idade, e a um aparelho reprodutor que seja um bom abrigo para o desenvolvimento do feto”, explica Dra. Melissa Cavagnoli. A médica acrescenta que há muitas mulheres que precisam de intervenções médicas. Nem sempre o processo natural é a realidade de todas.
Terapias hormonais e procedimentos realizados in vitro, por exemplo, podem ser recursos necessários para um grupo de pacientes. A medicina reprodutiva está cada vez mais avançada, há muitos recursos que são aprovados e outros tantos em estudos, mas mesmo com todos essas possibilidades disponíveis, é possível que a gravidez não vingue. “O que costumo falar sempre para as minhas pacientes é: ser fértil não te faz mulher. Você é mulher independente da capacidade do seu organismo de conseguir reproduzir outras vidas”.
3. Como viver a sexualidade é uma escolha da mulher
A sexualidade feminina é marcada por preconceitos e polêmicas. Ao contrário dos homens, que possuem uma liberdade para viver o prazer, as mulheres convivem com o pudor e julgamentos quando escolhem serem livres.
“O fato de uma mulher sair com homens diferentes ao longo da sua vida não pode ser atrelado a um comportamento promíscuo, assim como não é para os homens. As mulheres precisam ter os mesmos direitos de experimentar e tentar relacionamentos novos, até que se sintam confortáveis em montar sua própria família.”
Outro ponto a ser destacado neste tema é a mulher ser vista como a única responsável pela contracepção, quando, na verdade, deveria ser compartilhado com o parceiro, por exemplo, o uso da camisinha. “É essencial dividir essa responsabilidade e falar sobre o assunto, pois o uso de anticoncepcional feminino sempre deve ser uma opção discutida entre a mulher e seu ginecologista de confiança, não podendo estar atrelado unicamente à obrigatoriedade de contracepção no relacionamento”, explica a médica.
4. Nem toda mulher nasceu para ser mãe
Existe um falso entendimento de que todas as mulheres nasceram para serem mães, porém, esta é uma decisão que deve ser individual. Trazer uma criança ao mundo envolve diversos fatores desde a disponibilidade de tempo para se dedicar ao filho até condições financeiras e emocionais para criá-lo de maneira saudável. Por isso, a maternidade deve ser parte de um planejamento familiar e uma escolha sobre a melhor hora para a engravidar.
“Apesar da fertilidade feminina diminuir muito após os 30 anos, com a queda da quantidade e qualidade dos óvulos, hoje em dia, temos opções para a preservar gametas saudáveis com o congelamento, pensando em uma futura gravidez”, destaca.
A criopreservação é um recurso que mantém os óvulos saudáveis independentemente da idade em que a mulher irá utilizá-los, por isso, é indicado que o procedimento seja realizado entre os 20 e 35 anos, quando a saúde fértil da mulher está no auge. Ao realizar o congelamento, é possível planejar a gravidez no futuro em um momento mais oportuno para mulher, que terá tempo para planejar cada passo de sua vida.
O site do programa Gravidez na Minha Hora (www.gravideznaminhahora.com.
5. A menopausa não te faz menos mulher
Outro tabu importante acerca da fertilidade feminina é a menopausa. Ao se aproximar da idade de entrada ao climatério, as mulheres tendem a ter medo do que as esperam. Não apenas os sintomas físicos, como calor em excesso, irritabilidade e desaceleração do metabolismo, assustam, mas também a falsa ideia de que a mulher perde a capacidade de sentir prazer.
A especialista explica que a queda dos hormônios reprodutivos é a causa da menopausa. “Trata-se de um processo normal que acontece com todas as mulheres, normalmente, após os 40 anos de idade. Isso não significa que a mulher perderá sua libido para sempre, mas sim que não terá mais a possibilidade de engravidar com seus próprios óvulos, pois seu estoque de óvulos terminou”.
Sobre o Gravidez na Minha Hora
O Gravidez na Minha Hora é um programa desenvolvido pela Ferring Pharmaceuticals. O objetivo da campanha online é conscientizar as mulheres sobre a sua fertilidade, desmistificar os tabus em relação à saúde da mulher e as possibilidades de preservação dos óvulos, para o planejamento do momento ideal da gravidez. Para conhecer mais sobre o projeto, visite os canais: site www.