O ar seco tem castigado várias regiões do Brasil. Neste período, muitos incômodos, podem acontecer, como: garganta seca, irritação nos olhos e nariz, alergias respiratórias, ressecamento da pele, e em alguns casos, sangramento pelo nariz.
Durante a prática esportiva outdoor, podem ocorrer ainda desidratação e hipertermia.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. Em São Paulo, o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas estabeleceu uma escala psicrométrica para apontar os níveis de criticidade da umidade do ar, classificados em atenção (21% e 30%), alerta (12% e 20%) e emergência (abaixo de 12%).
O registro mais baixo da umidade relativa do ar aconteceu no dia 14 de agosto de 2019, quando a medição marcou 10% e atingiu recorde histórico. Até então, o pior índice havia sido registrado em 10 de setembro de 1981, com 13%, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A educadora física Ariane Felicíssimo e a nutricionista Daniela Lasman da Bodytech Company selecionaram algumas dicas para ajudar a amenizar os efeitos do tempo seco.
Melhor horário para treinar
O ideal, durante o período seco, é treinar em ambientes fechados, onde a temperatura ambiente é controlada e se pode contar com a ajuda de profissionais gabaritados. Se a opção for o treino outdoor, a melhor opção é realizar a atividade antes das 9 horas ou depois das 17 horas.
Não corra ou faça exercícios perto de carros, pois os níveis de poluentes são muito altos nos corredores de tráfego; a melhor opção são os parques.
“Durante a atividade física, o corpo necessita da sudorese para controlar a elevação da temperatura corporal. A baixa umidade do ar faz o suor evaporar rapidamente, e acarretando um desequilíbrio e causando desidratação e fadiga. É importante prestar atenção aos sinais enviados pelo corpo: se sentir qualquer alteração no ouvido, na garganta ou no nariz durante o exercício, pare a atividade imediatamente. Tenha cuidado redobrado!”, orienta Ariane Felicíssimo, professora de corrida na Bodytech Eldorado.
Cuidados com o treino
1. Utilize boné, protetor solar, óculos de sol e qualquer outro acessório que possa te ajudar a evitar contato direto da pele com o sol.
2. Realize atividade física bem cedo pela manhã ou após o pôr do sol, assim você evita alta exposição aos raios UV.
3. Use roupas leves e de cores claras; camisas de poliamida são as mais indicadas para a prática de atividade física.
4. Retome gradualmente a atividade física; o uso da máscara é um desafio constante.
5. Esfrie as extremidades do corpo como o pescoço e o pulso utilizando água. Não jogue água diretamente na cabeça para evitar um choque térmico.
6. Evite lugares com muitas pessoas, pois aglomerações, serem contraindicadas nesse momento, produzem ainda mais calor.
Hidratação & Alimentação
Todos sabem que é importante ter uma alimentação saudável e balanceada para manter o bom funcionamento do corpo. Para tanto, é necessário incluir no cardápio: verduras, legumes e frutas. Durante o período de baixa umidade do ar, é essencial redobrar os cuidados com a hidratação. “Beba muita água, ela ajuda a eliminar substâncias indesejadas e toxinas do organismo. Vale lembrar que não é necessário sentir sede para beber água. A dica é: tenha sempre uma garrafa com água por perto para não ter desculpa ou deixar para depois. A sede é o primeiro sintoma da desidratação. Falta de água no organismo pode causar fraqueza, tontura, fadiga e dor de cabeça. Outro efeito causado pela desidratação é a diminuição do volume de sangue no corpo, o que pode alterar o funcionamento do coração”, alerta Daniela Lasman, nutricionista da Bodytech Iguatemi São Paulo.
Dicas da especialista
1. Mantenha o corpo hidratado, beba água (um bom cálculo é 0,35l por kilo de peso). É possível variar o consumo com a inclusão de água flavorizada (com especiarias, gengibre) ou chás de sachê ou infusão sem adição de açúcar ou adoçante;
2. Fique longe de bebidas com ação diurética, já que elas podem potencializar quadros de desidratação.
3. Consuma muitos vegetais, legumes e frutas. Invista em alimentos ricos em betacaroteno (eles contêm vitamina A, C, aumentam a imunidade e são hidratantes naturais): laranja, beterraba, abóbora, couve, espinafre, nabo, repolho, damasco, cenoura e batata doce.
4. Evite alimentos gordurosos (são de difícil digestão) e não exagere no consumo de proteínas (em especial carne vermelha) para diminuir chance de desconfortos gastrointestinais;
5. Em casos extremos, é necessária a reposição de sais minerais; uma boa opção são os repositores hidroeletrolíticos ou snacks que tenham quantidade adequada de carboidrato e/ou sódio de acordo com as condições do seu treino.
6. Procure sempre um profissional, ele pode te ajudar muito a ter um melhor desempenho.