Atualmente, por conta do Novo Coronavírus, que atinge grande parte do mundo, a sociedade vive tempos complexos e cautelosos.
Diante disso, o isolamento social é a principal forma para prevenir a propagação do vírus, entretanto, ele pode trazer consequências maiores na vida das pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo, uma doença que atinge mais de 2 milhões de indivíduos no Brasil, sendo uma em cada 88 crianças.
O Transtorno do Espectro do Autismo, conhecido popularmente como autismo, é uma condição pela qual a pessoa sofre uma deficiência em seu comportamento, na comunicação corporal e em seu intelecto.
“Ela é uma doença crônica de origem multifatorial, que ocorre por uma mutação genética que afeta o sistema nervoso. Manifesta-se antes de três anos de idade e é caracterizada por comportamentos atípicos, como crises de agressividade, comunicação repetitiva e dificuldade na alimentação e/ou sono” explica a neuropediatra Debora Pezzolato , membro da Doctoralia .
Para os autistas, ter uma rotina facilita sua convivência e seu desenvolvimento com o próximo. O isolamento social, entretanto, pode causar algumas mudanças comportamentais e emocionais, dificultando o avanço do tratamento. Irritabilidade, inquietação e ansiedade são algumas características comuns que podem aparecer durante esse período de quarentena.
“Manter os hábitos nas vidas dessas pessoas é essencial para tentar amenizar a situação. Além disso, existem caminhos que podem auxiliar na convivência, como oferecer objetos estimulantes e de interesse da criança, pois eles ajudam a acalmá-la e a tranquilizá-la”, esclarece a Dra. Debora.
Atividades de cooperação durante a rotina ajudam a criança autista a manter o foco e a ter visibilidade do que fazer durante o dia, facilitando o seu entendimento. Brincadeiras que envolvem outras pessoas na casa, exercícios físicos e tarefas interativas são boas opções para fazer com que a criança fique ocupada, além disso, são maneiras alternativas de substituir as terapias durante esse período.
“É importante ressaltar que as pessoas portadoras de autismo não pertencem ao grupo de risco da Covid-19, mesmo assim, é necessário manter a precaução e seguir as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, finaliza a especialista.