A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de eleger o combate à perda auditiva como uma das cinco prioridades da entidade para o século 21. De acordo com pesquisas, cerca de um bilhão de pessoas no mundo, atualmente, correm riscos de ficar sem ouvir. Justamente por isso, a OMS criou a Lancet Commission for Global Hearing Loss (Comissão Global Lancet para Perda Auditiva), a maior ação já feita na história para fomentar discussões de políticas públicas de prevenção e tratamento da surdez.
O problema da perda auditiva é tão sério que em março deste ano a OMS lançou um aplicativo que permite ao usuário de smartphones checar se está ouvindo bem ou não. Com o App, a agência da ONU quer ajudar as pessoas a detectarem perdas de audição precocemente. Segundo o organismo internacional, o software hearWHO, que é gratuito e pode ser baixado no Google Play e na App Store da Apple, beneficiará principalmente quem ouve música em volume alto ou quem trabalha em locais barulhentos.
O aplicativo é uma forma moderna e atual de proporcionar uma ideia de que pode existir dificuldade para ouvir e, fazer com que as pessoas procurem ajuda especializada para realizar avaliações auditivas mais detalhadas com os profissionais da área.
De acordo com a fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas, dentre os sintomas do início da perda de audição estão a sensação de zumbido no ouvido, o fato de não se conseguir ouvir partes de uma conversa ou o costume frequente de aumentar o volume de aparelhos de televisão, rádio ou dispositivos de áudio. “Identificar com antecedência a perda auditiva é crucial para saber quais comportamentos de risco precisam ser modificados, a fim de não agravar o distúrbio e, ao mesmo tempo, tratá-lo de imediato para evitar que o indivíduo não passe por situações constrangedoras e se isole do ambiente social”, alerta.
E se já houver perda de audição, uma das opções de tratamento é o uso de aparelhos auditivos. Hoje, graças à tecnologia, não é mais preciso ter vergonha de usar aparelhos nos ouvidos. As modernas próteses têm tanta tecnologia quanto os mais modernos smartphones. “Aparelhos auditivos garantem a inclusão no mercado de trabalho e o bom convívio com amigos e parentes, de pessoas com diferentes graus de perda auditiva”, ressalta a fonoaudióloga da Telex.
Muitos fatores neste século 21 estão ajudando a aumentar os casos de surdez precoce, entre eles maus hábitos, como ouvir música alta no fone de ouvido; ficar frequentemente exposto a sons altos em festas e shows; ficar horas no trânsito barulhento das grandes cidades; e o trabalho contínuo em ambientes ruidosos.
Para quem sofre de problemas de audição e acha que não tem condições de adquirir um aparelho auditivo, é bom saber que atualmente existem até linhas de crédito especiais do Banco do Brasil para este fim. Também é possível utilizar os recursos do FGTS para a compra de aparelhos auditivos.