A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), com o apoio do Ministério da Saúde e da Associação Médica Brasileira (AMB), lançam campanha para alertar sobre os riscos de acidentes e queimaduras durante as festas de junho e julho
Uma em cada 10 pessoas tem um de seus membros superiores amputados ao manusear fogos de artifício. E dos cerca de 120 mortos nos últimos anos, mais de 24 eram crianças com menos de 14 anos de idade. Com base nesses e em outros dados alarmantes, é que 6 de junho foi instituído como o Dia Nacional da Luta contra Queimaduras pela Lei de número 12.026 de 2009.
Atenta à importância desta causa, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) lança uma campanha em todos os seus canais de comunicação para conscientizar a população sobre como prevenir os altos índices de traumas e queimaduras durante as festas juninas e julinas. A campanha é feita em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) e Conselho Federal de Medicina (CFM) e conta com o apoio do Ministério da Saúde e Associação Médica Brasileira (AMB).
“Em respeito à cultura da queima de fogos de artifícios no Brasil, nosso objetivo não é condenar, mas sim orientar e conscientizar sobre a uso e manuseio corretos dos explosivos pelos adultos, e bombinhas e estalinhos pelas crianças. Afinal, as festas de São João são sinônimo de diversão e alegria para toda família”, reconhece o presidente da Comissão de Campanhas Públicas da SBOT, Sandro Reginaldo.
O presidente da SBOT, Moisés Cohen, compartilha da mesma opinião e acrescenta que os principais problemas envolvendo fogos são a perda dos dedos e até da mão devido à explosão antecipada do artefato. Segundo o Sistema de Informação Hospitalar (SIM), nos últimos dez anos 5.063 pessoas foram internadas para tratamento por acidentes com fogos de artifício. Os homens representam a absoluta maioria dos registros: 4.245 internações, número que representa 83% do total de casos. As mulheres representaram apenas 17% das ocorrências, com 853 internações.
“A maior faixa etária dos acidentados atendidos pelos ortopedistas é de pessoas com 19 a 59 anos, seguida por maiores de 60 anos e, em terceiro lugar, menores de 18. Fazendo um recorte regional, o interior e o Nordeste são as regiões mais afetadas, sendo que a Bahia possui o maior número de casos, seguida por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Paraná, Ceará, Goiás, Santa Catarina e, em décimo lugar, o Pará”, lista o doutor Moisés Cohen.
Para se divertir com segurança, a SBOT recomenda:
– Participar de queimas de fogos públicas, pois são mais seguras;
– Só comprar o produto em lojas especializadas e certificadas;
– Escolher versões menos explosivas, de fácil manuseio, dentro do prazo de validade e com certificado de garantia;
– Optar por fogos que têm base de encaixe para ser fixada no chão;
– Fazer a soltura ao ar livre, a 30 metros de distância, e verificar se não existem substâncias inflamáveis nem rede elétrica nas proximidades;
– Jamais fazer experiências ou modificar os explosivos;
– Orientar as crianças a estourar as bombinhas e os estalinhos longe da fogueira, de substâncias inflamáveis, de pessoas e de objetos, que podem quebrar e se estilhaçar, caso de garrafas de vidro e latas de refrigerante;
– Não carregar os artefatos nos bolsos, já que eles podem explodir acidentalmente;
– Em caso de amputações, colocar o membro em um saco plástico e, depois, dentro de um recipiente com gelo e levar o acidentado imediatamente ao pronto-socorro.
O que fazer em caso de acidente?
– Acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ou o SAMU de sua cidade pelo 192;
– Lave queimaduras com água fria ou soro fisiológico e envolva com um pano úmido;
– Em caso de amputações, colocar o membro em um saco plástico dentro de um recipiente com gelo e levar o paciente para o pronto-socorro.
Tipos de queimaduras
Existem três tipos de queimadura, classificados de acordo com a causa. Queimaduras térmicas são aquelas provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol. Já as químicas são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo por meio das roupas. As queimaduras por eletricidade são provocadas por descargas elétricas.
Essas lesões também são classificadas segundo a profundidade. Aquelas de 1º grau atingem apenas as camadas superficiais da pele. Os sintomas são vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem formação de bolhas.
As de 2º grau são mais graves e atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, desprendimento de camadas da pele e possível estado de choque.
O tipo mais grave são as queimaduras de 3º grau, que atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.