De acordo com Lana Ruff, sommelière da Evino, antes de tudo é preciso conhecer os métodos de vinificação para entender as principais diferenças entre Champagne, Prosecco e Cava
Que o espumante é considerado uma bebida clássica ninguém pode negar. Mas você sabe como definir as principais diferenças entre os seus mais diversos e conhecidos tipos?
De acordo com Lana Ruff, sommelière da Evino, antes de tudo, é preciso entender os dois métodos principais de vinificação de espumantes, pois eles são responsáveis por orientar o estilo e o preço da bebida a ser produzida.
Método tradicional (conhecido como Champenoise em Champagne): o líquido passa normalmente pela primeira fermentação (a alcoólica – aquela que transforma suco em vinho) e depois é engarrafado para ser submetido a uma segunda fermentação, onde surgirão as borbulhas.
Neste caso, uma superfície maior da bebida permanece em contato com as leveduras responsáveis por esses processos fermentativos, o que dá ao vinho notas aromáticas de pão e brioche, além de uma textura cremosa.
Método Charmat: após a fermentação alcoólica, o vinho é mantido em cubas para passar pela segunda fermentação. Só depois disso ele é engarrafado. O contato com as leveduras é pouco, mas as características varietais (aquelas próprias da uva) são mantidas, o que confere ao vinho notas aromáticas frutadas e florais.
O famoso Champagne, por exemplo, é o espumante elaborado somente e exclusivamente na região de Champagne, no norte da França. O método utilizado deve ser o tradicional e somente três uvas são permitidas: Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. “Devido ao método Champenoise, em que o vinho passa por uma segunda fermentação já dentro da garrafa, é comum sentir aromas que lembram pão, torrada, brioche e manteiga”, explica.
Já o Prosecco é o espumante elaborado somente na região do Vêneto, no nordeste da Itália. O método de vinificação utilizado é o Charmat – em que o vinho sofre a segunda fermentação em grandes cubas e, portanto, retém suas características primárias, de frutas e flores. “A única uva usada também leva o nome de Prosecco, embora recentemente tenha sido reapelidada de Glera. Em geral, os espumantes Proseccos tendem a ser refrescantes e oferecem abundância de borbulhas”.
Não podemos esquecer o Cava. Pouco conhecido pela grande maioria, ele é considerado o espumante favorito dos espanhóis e saem majoritariamente da região da Catalunha, no nordeste da Espanha. De acordo com a sommelière, eles são produzidos segundo o método tradicional, tipicamente com as uvas Macabeo, Parellada e Xarel-Lo.
As uvas Chardonnay e Pinot Noir também podem ser utilizadas e, para os rosés, estão permitidas Garnacha, Monastrell e até Cabernet Sauvignon. “O Cava é caracterizado pela excelente relação de custo x benefício e por funcionar como uma espécie de meio termo entre Champagne e Prosecco. Isso porque ele herda características das leveduras, mas, como normalmente passa menos tempo em contato com elas na garrafa, retém aromas frescos de frutas e flores”, pontua.
De acordo com Lana, todos os exemplos citados acima são considerados espumantes. “Para ser espumante basta ter perlage (conjunto de borbulhas). A borbulha é simplesmente o gás carbônico gerado no processo fermentativo do vinho e retido nele com condições especiais de temperatura e pressão”.
Para ela as principais diferenças entre os mais diversos tipos de espumantes são consideradas fatores culturais que motivam métodos de produção diferentes. “Nem sempre é fácil distinguir um tipo de espumante de outro. Um aspecto que nos traz dicas e permite diferencia-los é o aroma. Champagnes cheirarão a pão e brioche em virtude do maior contato com leveduras enquanto os espumantes Charmat oferecerão uma característica mais frutada e, em geral, cítrica”.
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