O Ministério da Saúde informou que o Brasil confirmou mais 237 mortes por febre amarela desde o início da temporada de calor. Além de ser usado como prevenção ao surto da doença, o uso de repelente reforça a proteção contra o mosquito Aedes Aegypty e previne outras patologias oriundas do mosquito. Conversamos com a Dr. Beatriz Lima, dermatologista da clínica de medicina esportiva M. Albuquerque, que esclareceu algumas dúvidas dos brasileiros na aplicação dos repelentes.
1. Qual a maneira correta de aplicação?
O repelente deve ser usado enquanto o indivíduo estiver acordado. Aplicar sobre toda a área de pele exposta, respeitando as reaplicações nos intervalos determinados pelo fabricante (as informações de cada produto sempre devem estar nos rótulos), as condições climáticas como elevadas temperaturas e umidade, além do contato com água, que exige nova reaplicação, com a pele seca.
2. Qualquer um pode usar? Crianças, gestantes, idosos?
Os repelentes de aplicação direta na pele não podem ser usados em crianças menores de 6 meses de idade. Para os demais pacientes, inclusive gestantes, nutrizes e idosos, desde que o repelente seja aprovado pela Anvisa, não há contraindicações. Para crianças menores de 6 meses, deve-se usar repelentes ambientais e roupas leves, porém que cubram a maior superfície do corpo possível.
3. Quais são os aprovados pela Anvisa? e quais as diferenças entre eles?
Os repelentes aprovados pela Anvisa são os que geralmente contém um dentre os três compostos a seguir: DEET, Icaridina e IR3535. Dentre eles, o mais recomendado é o que contém a Icaridina, pois possui maior duração de ação, necessitando portanto de menos reaplicações e favorecendo uma melhor adesão e maior período de cobertura contra os mosquitos.
4. De quanto em quanto tempo precisa passar?
A reaplicação dos repelentes depende de alguns fatores, dentre eles a característica do produto, a condição climática e o contato com a água. Em média, os repelentes a base de DEET precisam ser reaplicados a cada 4 horas, os a base de Icaridina, a cada 10 horas e os a base de IR 3535 a cada 2 horas e meia.
5. Existem tipos indicados para cada tipo de pele?
Sim. A indicação do tipo de produto para cada pele é feita principalmente pensando no veículo e na concentração do repelente. Para crianças, em geral, os produtos apresentam concentrações um pouco menores, portanto menos tóxicas. O formato costuma ser spray ou gel, que facilita as aplicações. Para os adultos, a indicação varia com o tipo de oleosidade da pele ou com a sensação almejada com o uso do produto. Em geral, para peles muito oleosas, ou para uso na face, recomenda-se os repelentes em gel. Quanto ao uso corporal, para aquelas pessoas que não gostam de aplicar cremes, o spray e o aerosol são boas alternativas.
6. Como aliar com o uso de filtro solar?
O ideal é primeiro aplicar o protetor solar e em seguida o repelente, aguardando cerca de 15 minutos entre o primeiro e o segundo produto. Se reaplicar o protetor, repetir sempre o mesmo procedimento, com o repelente por último. O repelente pode inclusive ser aplicado por cima das roupas.
7. Pode dormir com o produto?
Não é recomendado dormir com o produto sobre a pele pelo risco de aumento de toxicidade, além da ausência de efeito comprovada. Na hora de dormir a proteção mais recomendada é o uso de mosquiteiros, repelentes ambientais, como os elétricos, janelas teladas, ventiladores e ar condicionado.
8. Repelentes caseiros funcionam?
Apesar de existirem muitas receitas caseiras conhecidas, em especial de repelentes para o ambiente, os repelentes naturais não tem eficácia comprovada e não são recomendados. A questão é que não conseguimos saber se os métodos empregados na confecção das receitas mantém eficácia do repelente, além da sua concentração final.