O Brasil vem vivendo uma das piores crises no mercado de trabalho. As demissões não param e o trabalhador está se vendo cada vez mais inseguro, sem saber como planejar o seu futuro. De acordo com o IBGE, o desemprego no primeiro trimestre de 2015 chegou a 8%, crescendo em comparação com o mesmo período de 2014, o que representa 8 milhões de pessoas desocupadas.
O cenário pode assustar, mas não significa que não há vagas. O BNE – Banco Nacional de Empregos – por exemplo, disponibiliza quase 200 mil vagas de empregos em todo o País. Somando as regiões Sul e Sudeste, são cerca de 70 mil cargos em diversas áreas.
Os dados provam que ainda há emprego, mas especialistas admitem que o número caiu em relação a anos anteriores. Quem trabalha com recrutamento e seleção afirma que a queda é reflexo da crise. O resultado é uma exigência maior por parte das empresas que precisam contratar. De acordo com Lígia Momm, especialista em R&S da Employer em Florianópolis, o foco agora é buscar profissionais que agreguem valor dentro da organização por suas competências específicas, e que se enquadrem, é claro, ao que a empresa oferece de pacotes de salários e benefícios. “O que as organizações buscam é isso: os melhores profissionais dentro do que é possível e justo pagar. O momento é de cautela e de cuidar da saúde financeira das organizações, sem deixar de pensar em avançar e prosperar”, afirma.
Dicas de como enfrentar a crise
Para o trabalhador, o mais importante é manter a autoestima e buscar capacitação constante. “Profissionais competentes e bem qualificados não devem desanimar, pois eles são determinantes nas empresas, o que torna muito pequena a possibilidade de serem desligados”, comenta Aline Siqueira, supervisora da Employer em Curitiba.
A especialista comenta que profissionais qualificados têm uma visão mais sistêmica. Eles conseguem enxergar oportunidades nas dificuldades e se destacar perante os demais. Aline ensina também que é essencial reativar contatos e avaliar o seu trabalho. “Isso permite uma visão mais ampla sobre si mesmo e sobre o que está acontecendo em outras empresas, aumentando a possibilidade de encontrar uma outra oportunidade, se for o caso”.
Quem está disponível no mercado e com dificuldades de conseguir um emprego, pode estar pensando em abrir um negócio próprio. Mas é preciso estar atento antes de tomar qualquer iniciativa. “É necessário ter uma rede de relacionamentos e a qualificação necessária para se lançar no mercado, buscando encontrar um nicho que não esteja sendo afetado diretamente pela crise”, sugere.
Já as empresas, devem pensar em alternativas estratégicas para enfrentar a crise financeira e evitar demissões. Uma boa dica é realizar remanejamentos internos antes de abrir um processo de recrutamento e seleção. Quando essa possibilidade for esgotada, aconselha-se buscar o auxílio de uma empresa especializada para conduzir as contratações.