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Comer com os olhos: como bares e restaurantes inovam e adotam a economia circular? 

Com crescimento consistente no setor, bares e restaurantes usam visual atrativo e práticas sustentáveis como estratégia para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo

Imagem: Freepik

Você já ouviu alguém dizer: “Eu como pelo lugar”? Cada vez mais, bares e restaurantes investem em ambientes esteticamente agradáveis e convidativos para atrair consumidores. A experiência gastronômica vai além do sabor: a decoração, a iluminação e o design do espaço tornam-se diferenciais estratégicos.

Em um mundo onde o compartilhamento de momentos nas redes sociais é constante, o conceito de locais “instagramáveis” ganha força, influenciando diretamente a decisão dos clientes.

Diante desse cenário, a necessidade de modernização e manutenção da atratividade visual dos estabelecimentos impulsiona a constante renovação do setor. Esse movimento reflete-se no crescimento do mercado brasileiro de restaurantes, que segue em ascensão.

Em janeiro de 2024, por exemplo, o setor de alimentação, liderado por restaurantes e bares, registrou um aumento de 7,5% na receita real em comparação ao mesmo período de 2023, marcando o terceiro mês consecutivo de crescimento, segundo a Associação Nacional de Restaurantes (ANR).

No primeiro trimestre do ano, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontou que o faturamento do setor alcançou R$ 107 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 3,3% em relação a 2023.

Além dos números positivos, o comportamento dos consumidores reforça essa tendência. Dados da MindMiners indicam que 63% dos brasileiros consomem refeições preparadas por estabelecimentos, sendo que 29% preferem comer em restaurantes. Esse dado demonstra um mercado aquecido e a busca dos consumidores por conveniência, experiência e diferenciação.

Para se destacar em um setor altamente competitivo, os restaurantes precisam ir além do cardápio. “Investir em inovação, ambientação diferenciada e atendimento de qualidade são fatores essenciais para atrair e fidelizar clientes. Por isso, cresce o número de estabelecimentos que recorrem a leilões de móveis, maquinários e acessórios para modernizar seus espaços com custo reduzido”, destaca o CEO da Kwara, Thiago da Mata.

Comer com os olhos ou comfort food: qual prevalece?

A experiência sensorial na gastronomia vai muito além do paladar. A junção entre sentimentos, sensações e sentidos desempenha um papel essencial na forma como degustamos um prato. A apresentação visual, o aroma e até os sons do preparo criam um conjunto que potencializa o prazer da refeição.

A máxima “comemos primeiro com os olhos” ganha ainda mais força em um mundo visualmente orientado. Um prato bem apresentado desperta o apetite antes mesmo da primeira garfada. Mas a experiência gastronômica não se limita apenas à estética: a comfort food, que remete a memórias afetivas, também tem um papel relevante.

Esses pratos proporcionam aconchego e resgatam momentos especiais, como reuniões familiares e encontros com amigos, tornando a refeição não apenas saborosa, mas emocionalmente significativa.

“Quem nunca entrou em um restaurante onde o ambiente e a decoração se conectam diretamente com a experiência, gerando uma sensação de familiaridade e aconchego? Estabelecimentos inteligentes sabem que cada detalhe, do cardápio à mobília, influencia não apenas a percepção dos clientes, mas também as estratégias de negócios, como a compra de móveis e equipamentos por meio de leilões, proporcionando renovação com custos reduzidos”, completa Thiago.

Gastronomia anda lado a lado com a sustentabilidade e a economia circular

A necessidade constante de inovação leva muitos restaurantes a buscar alternativas viáveis para modernizar seus espaços sem comprometer o orçamento e sem prejudicar o meio ambiente. Nesse contexto, os leilões de mobiliário e equipamentos gastronômicos surgem como uma solução eficiente, permitindo que empreendedores adquiram itens de qualidade a preços reduzidos e contribuam para a economia circular.

“Ao contrário do sistema linear tradicional, onde produtos são fabricados, consumidos e descartados, a economia circular propõe ‘fechar o ciclo’. Empresas que adotam práticas circulares reduzem desperdícios, diminuem o uso de matérias-primas e encontram novas oportunidades de negócios”, explica o CEO da Kwara.

Economia circular é um modelo lucrativo para os restaurantes?

Conforme a ONU e a International Solid Waste, a economia circular pode gerar um impacto de US$ 108 bilhões para a economia global até 2050. Esse modelo não apenas transforma a maneira como consumimos, mas também cria novas possibilidades para inovação em produtos e processos.

Para pequenos e grandes estabelecimentos que buscam alternativas inteligentes e econômicas, a circularidade econômica oferece oportunidades robustas tanto na compra quanto na venda de ativos.

“Muitos itens de alta qualidade, como mesas, cadeiras, geladeiras e equipamentos de cozinha, podem ser adquiridos por preços competitivos em leilões ou vendas diretas de empresas que renovam seus estoques. Da mesma forma, vender ativos excedentes pode gerar receita extra e otimizar espaços e recursos”, ressalta Thiago Da Mata.

Além de reduzir custos operacionais e otimizar recursos, essa prática sustentável fortalece a imagem da empresa como uma organização social e ambientalmente responsável. A venda de ativos excedentes transforma o que seria descartado em novas fontes de receita, promovendo eficiência financeira e reforçando os compromissos com práticas ESG.

“O futuro da gastronomia passa pela inovação, sustentabilidade e pela experiência sensorial completa. E os bares e restaurantes que souberem equilibrar esses fatores terão vantagem competitiva em um mercado cada vez mais exigente”, finaliza Thiago.

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