A profissão de Deejay, hoje regulamentada, vem evoluindo rapidamente. Alguns acompanhando as novas tecnologias, outros ainda “presos” ao glamour dos velhos tempos do vinil.
A verdade é que a profissão passa por mudanças extraordinárias e muitos profissionais acabam por se adaptarem às novas condições que o público exige.
Hoje, o DJ que quer manter seu playlist somente com o seu estilo, está restringindo suas atividades à Clubs e festivais. O DJ que busca reconhecimento a nível internacional, inclusive, tem que ter em mente que não basta apenas fazer boas viradas, mas tem que ampliar seus horizontes, tornando-se, produtor também, para que suas remixagens tornem-se populares e seu reconhecimento seja efetivado.
Muitos DJ´s que tocam vários estilos de música num mesmo evento, são considerados “animadores de festas” e taxados de não terem estilo próprio. Na verdade é uma derivação do “DJ puro”. E nem começamos a falar sobre equipamentos, ainda.
O público divide-se, claramente, nos diferentes tipos de eventos. Por exemplo, se for para tocar em uma casa de renome como a Boate Anzuclub, em Itu (que trabalha com DJ´s internacionais comumente), teremos um playlist de House, Techno House, Progressive House, Deep House, etc, dentro dos melhores lançamentos mundiais no reino da música eletrônica. Porém, se o evento for uma formatura, aniversário ou casamento, o playlist muda radicalmente, e a “salada” se faz necessária, por exigência do cliente e de seus convidados. Teremos House, Sertanejo Universitário, axé, funk, anos 60, 70, 80 e 90, em meio à muita fumaça, strobo, movies, lazer, etc. Afinal, em todos os casos, o público vai para dançar e se divertir.
Com relação ao equipamento, sinceramente, eu concordo com os profissionais que declaram que o DJ faz o equipamento e não o contrário. Não é porque o cara tem um notebook da Apple e uma controladora que já pode sair dando uma de Hardwell ou Tiesto por ai. Primeiro: o DJ nasce com a música nas veias… Isso é fato. Você pode aprender em vários cursos disponíveis, mas a sensibilidade de manter a pista cheia e animar o público, não existe nas apostilas… Sinto muito. Da mesma forma, a produção musical que transforma DJ´s do mundo todo em pop stars, requer não só o aprendizado em softwares de edição, mas a noção de estar fazendo um remix que vai agradar ao público e bombar nas pistas.
DJ´s fabricados por produtores “amigos” ou que têm algum interesse “além artístico” estão fadados a serem taxados de incompetentes ou modistas, como por exemplo, ex BBB´s que, automaticamente, saem DJ´s do reality show. Jesus Luz, por exemplo, “fabricado” pela Madonna, jamais será reconhecido dentro da comunidade dos DJ´s, mesmo com equipamentos que custaram quase 100 mil dólares, por ter sido flagrado várias vezes fingindo tocar, enquanto o DJ Inferno tocava seu playlist e fazia suas viradas, escondido.
Finalizando, acredito que deve haver essa maleabilidade do profissional que realmente quer viver dessa profissão. DJ da moda passa vergonha em uma casa de renome ou festival. Por outro lado, o DJ “flexível” adquire uma experiência única com relação ao público, ao experimentar as diferentes reações ao tocar as músicas – seja quais forem – que estão na cabeça do público, afinal, é para e por causa dele que o DJ existe. Quem toca para si mesmo, pode fazer isso em sua própria casa ou nas festinhas dos amigos que jamais dirão que ele é ruim.
por Marcos Motta