Após a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso na última terça-feira (28), dois funcionários foram presos após suspeitas do uso de cetamina em uma seita
Após a morte da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso na última terça-feira (28) por suspeita de overdose, a investigação policial prendeu dois funcionários após acusações da administração de uma droga chamada cetamina em rituais de uma seita.
Entenda o caso
Djidja Cardoso, sua mãe, Cleusimar, e seu irmão, Ademar, criaram um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida” onde se viam como as representações de figuras bíblicas como Jesus Cristo (Ademar), Maria de Nazaré (Cleusimar) e Maria Madalena (Djidja). Os rituais da seita envolviam o uso de cetamina, também conhecida como ketamina, um anestético e analgésico de uso humano e veterinário, para alcançar estados de êxtase.
Em abril a família passou a ser investigada por tráfico de cetamina e a gerente de um salão de beleza de Djidja, Verônica da Costa, foi apontada como responsável pela compra da droga sem receita médica em clínicas veterinárias.
Também há suspeitas da iniciação na seita, realizada por Ademar em uma ex-namorada que afirmou ter sido aliciada a usar a droga e realizar meditações. Há indícios de que a jovem teria sofrido um aborto dentro da casa e a polícia investida se Ademar manteve relações sexuais com a vítima durante o efeito da cetamina.
O que é cetamina e seus efeitos
A cetamina, também conhecida como ketamina ou quetamina, é um anestésico de uso humano e veterinário, considerada uma droga dissociativa que causa efeitos alucinógenos, sensações de bem estar e sedação, passando a ser usado como droga recreativa na década de 1980 sob o nome de “Key”, “Keyla”, “Keta”, dentre outros.
“A cetamina é usada para a indução à anestesia ou para suplementar a administração de outros agentes anestésicos de baixa potência, como o óxido nitroso, é mais indicado para cirurgias da face, ortopédicas, cirurgias plásticas para queimaduras ou enxertos de pele, entre outras. Mas o uso pode fazer o paciente sofrer, por exemplo, movimentos oculares involuntários, por isso, tem sido pouco usado”.
“Essa droga deve ser usada apenas sob supervisão de um anestesiologista e mediante a necessidade do paciente, podendo também ser substituída por outros anestésicos com menos efeitos colaterais e jamais deve ser usada fora do ambiente hospitalar”, explica o cirurgião plástico Dr. Bora Kostic.
Uso da cetamina para quadros de saúde mental
A droga também pode ser usada para tratar sintomas de problemas de saúde mental, como depressão, mas apenas sob orientação médica, como explica o Médico Psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento.
“A cetamina ajuda a melhorar o humor e a disposição dos pacientes, conhecida pelo seu efeito antidepressivo e antisuicida, que ajuda no tratamento de quadros depressivos. Mas, reforçando, a droga deve sempre ser usada sob supervisão médica, pois seu uso indiscriminado também pode gerar alucinações e causas abuso e dependência”, afirma.
Em 2020, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – aprovou o cloridrato de escetamina, um antidepressivo em forma de spray nasal. Ele é indicado para adultos com depressão resistente a tratamentos convencionais e para pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) que apresentam pensamentos ou comportamentos suicidas.
Sobre Dr. Bora Kostic
Dr. Velibor Kostić, conhecido como Bora Kostić, se formou em Medicina na Universidade Federal de Belgrado, na Sérvia, chegando a servir na guerra de 1999. Especializou-se em Cirurgia Plástica no Hospital Geral de Bonsucesso. Fez estágio no Departamento de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, revalidou o diploma de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina. Bora é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro ativo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Estética.
Sobre Dr. Flávio H. Nascimento
Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.