Basta chover em sua casa para as manchas verdes ou brancas aparecerem nas paredes, pisos ou móveis? Cuidado! sua saúde pode estar em risco. Especialistas recomendam fazer a impermeabilização já começo da obra, pois após a casa erguida solução custará mais para o bolso do morador

Você já ouviu falar da Síndrome do Edifício Doente? Este é um termo criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que aborda condições e características de uma construção que podem estar associadas ao adoecimento de seus usuários e uma delas é a presença do mofo. Apesar de parecer inofensivo, a presença do mofo nas edificações pode trazer sérias consequências para a saúde humana e o período de chuvas proporciona condições favoráveis à sua proliferação, exigindo atenção à saúde. ‘‘A exposição ao mofo pode causar diversos problemas respiratórios e agravar doenças pulmonares pré-existentes, podendo causar irritação nas vias respiratórias com tosse, espirros e coriza; reações alérgicas como coceira nos olhos e nariz entupido. Além de asma, infecções pulmonares, especialmente em pessoas imunossuprimidas, e pneumonite de hipersensibilidade, que é uma doença crônica progressiva e incapacitante ’’, alerta a pneumologista Fernanda Miranda, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia.
O mofo em uma edificação, geralmente é causado por infiltrações, que podem ser advindas de chuvas externas, que acometem as paredes, ou por infiltrações no solo, o que é mais comum, segundo o coordenador regional de vendas da Saint-Gobain, divisão de produtos Quartzolit, Anderson Araújo, que atua há quase 15 anos na área de produtos para impermeabilização. Portanto, para evitar a presença do mofo, principalmente no período chuvoso, ou se sua casa for construída em um terreno com solo mais úmido, a dica é investir na impermeabilização preventiva.
Raphael Monteiro Batista, gerente de compras da Irmãos Soares, destaca que a impermeabilização é um processo muito importante dentro da obra, porque ela gera muitos benefícios, contribuindo até com a durabilidade e vida útil do projeto, “A impermeabilização gera uma proteção às paredes contra trincas e fissuras. Além disso, ela gera um benefício tanto estético, como funcional, pois evita a dor de cabeça futura com o mofo e infiltração”, ressalta o gerente. Porém, ele observa que ainda é necessário uma mudança de cultura para que a população entenda a necessidade deste processo, pois muitas obras são feitas sem a impermeabilização durante a construção pelo simples fato de as pessoas acharem que é desnecessário, “um grande erro”, segundo ele, que recebe na loja inúmeras pessoas em busca de produtos para solucionar o problema de mofo em casas já habitadas, o que causa transtornos com necessidade de obras e reformas com o imóvel ocupado.
Anderson Araújo destaca que no Brasil, justamente por esta falta de entendimento, o número de casas que incluem a impermeabilização antes ou durante o planejamento da obra não chega a 50%. E os que deixam para depois pagam mais caro, além de obter soluções que ajudam, porém, podem não resolver o problema com 100% de efetividade, dependendo do caso. “Se um consumidor fizer a impermeabilização correta de seu imóvel no início da obra, já no período de fundação para proteger as vigas baldrame, que têm contato direto com o solo, ele vai gastar por volta de 3 a 5% do valor de seu projeto. Caso ele não faça e precise fazer depois uma obra corretiva para amenizar um problema, ele vai investir cerca de 15% do valor do projeto; portanto a economia do começo sairá bem mais cara e trará prejuízos estéticos e de fluxo no local por um tempo”. Acompanhe as dicas do especialista, coordenador regional de vendas da Saint-Gobain, sobre como evitar problemas com o mofo em sua casa:
1 – Planeje antecipadamente
Não deixe de inserir o custo da impermeabilização no seu projeto, avalie o solo para saber a melhor forma e produto mais indicado e faça a impermeabilização nas vigas baldrames durante a fundação e nas paredes durante a obra. Mas lembre-se, a impermeabilização deve ser aplicada diretamente nos tijolos, pois são eles que absorvem a umidade. ‘Não adianta aplicar no reboco, ou por cima da pintura, ou colocar piso por cima depois. O que vai acontecer com o tempo é que tudo vai despencar e o prejuízo será triplo, com o gasto de materiais, mão de obra e tempo”, destaca ele.
2 – Não impermeabilizei e estou com mofo em casa, e agora?
Calma! Existem soluções que podem resolver ou amenizar de forma positiva o problema, dependendo do seu foco, da sua obra e do local onde foi instalada. “Hoje temos produtos de alta tecnologia e qualidade que podem ser usados após a obra ter sido concluída, tanto para infiltrações que vem do solo, ou em uma parede externa que tem contato com chuva. Para cada caso, temos produtos específicos, porém o mais importante é identificar corretamente a causa e fazer a aplicação de forma correta”, destacou ele.
3 – Busque ajuda de profissionais qualificados
Anderson conta que os produtos de impermeabilização são fáceis de serem usados e o rótulo traz instruções, contudo o “faça você mesmo” não é uma boa alternativa neste casos. “Como demos o exemplo da parede, para cada tipo de infiltração, temos um produto indicado e uma forma correta e um tempo correto de aplicação. Se um produto pede que seja aplicado três demãos e o usuário aplicou somente duas para economizar, ele já comprometeu o resultado, a durabilidade e a garantia do sistema, portanto ter um profissional capacitado em sua obra faz toda a diferença.
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