Crie Games foi criado para impulsionar de desenvolvedores de jogos até empresas de games
Pessoas desenvolvedoras e estúdios criadores de jogos digitais fazem parte dos perfis atendidos pelo Crie Games, iniciativa lançada pelo Sebrae nesta quarta-feira, 26, para fomentar o ecossistema de games com ações de capacitação, acesso a mercado e investimento. O evento em São Paulo marcou a abertura das inscrições para o Crie Games Modo Mercado, que vai preparar e selecionar empresas para participar da ativação do Sebrae na gamescom latam 2025, a edição latina do maior evento de games do mundo.
O Diretor-Superintendente do Sebrae-SP, Nelson Hervey Costa, destacou a relevância do mercado e a importância da iniciativa. “O empreendedor do setor de games precisa de uma orientação específica para uma caminhada de sucesso, desde a ideia até a internacionalização. E o Sebrae se propõe a ser um parceiro para que a jornada empreendedora, principalmente do pequeno, não seja solitária.”
O programa Crie Games foi desenvolvido pelo Polo de Referência Nacional em Economia Criativa (Crie) e atua como um hub de produtos e ações para apoiar negócios e fomentar o setor de games. O programa terá execução da Playbor, empresa referência do setor.
As atividades são separadas em três grupos. O primeiro, de sensibilização, é destinado a atender quem deseja atuar ou está começando nesse segmento. Estão previstos workshops sobre o mercado e a realização de game jams, eventos em que os participantes se reúnem para desenvolver jogos digitais.
Já a segunda fase envolve negócios formalizados, como estúdios de games com trabalhos autorais, para participação em um programa de aceleração de cerca de seis meses, com mentorias e workshops. A jornada buscará oferecer um acompanhamento customizado às empresas, proporcionando discussões sobre gestão e desenvolvimento de negócios e apoio no aprimoramento do produto.
O terceiro momento, focado em empresas de maior nível de maturidade, contará com mentorias avulsas com especialistas de acordo com a necessidade da empresa. A orientação pode dar suporte ao momento de uma assinatura de contrato, à estratégia de marketing ou mesmo a uma análise de documentação para internacionalização.
O secretário-executivo da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, Marcelo Henrique de Assis, esteve presente no lançamento. “A iniciativa do Sebrae com tantos parceiros será mais uma peça do quebra-cabeça para mudar a chave, somada a uma série de outras ações, sobre levar cultura a todos os lugares, dar oportunidade para o pequeno, para o médio e para o grande. É sobre colocar São Paulo e nosso País como capital de desenvolvimento na área de games”, ressaltou.
De acordo com Martha Lopes, gestora de games do Sebrae-SP, a realização de programas-piloto junto ao público de jogos digitais ao longo de 2024 mostrou a importância de um acompanhamento diferenciado para o setor. Isso por se tratar de um mercado com uma jornada muito específica, com o negócio já internacionalizado desde o início. “Notamos que esses empreendedores precisam de apoio com planejamento, pesquisa de mercado e estruturação para o negócio, aspectos que precisam considerar toda a especificidade do mercado de games. Por outro lado, percebemos que é um público consciente e interessado por aprendizado”, destaca.
Painel
Martha Lopes, do Sebrae-SP; Marcelo Freitas, CEO da Playbor; Rodrigo Terra, presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames), e Eúde Cornélio, gestor de Games do Sebrae Nacional; participaram de um painel para discutir sobre o panorama do setor.
Rodrigo Terra, da Abragames, destacou que atualmente existem 1,1 mil estúdios no País ante 400 em 2018. “Nossa base é grande e temos muita gente querendo empreender. E um dos pontos que vejo de grande diferenciação é que a capacitação é essencial para o nosso mercado crescer. E não só capacitação técnica, mas empresarial”, disse.
“Antes, a criação de jogo era uma dificuldade. Hoje, o pessoal sabe como criar, mas ganhar visibilidade é muito mais complexo. O conhecimento empreendedor ainda é uma grande dificuldade”, afirmou Marcelo Freitas, da Playbor.
Eúde Cornélio, do Sebrae Nacional, também reforçou a questão da capacitação. “O estúdio é uma empresa e precisa pensar como empresa para estar preparado para as fases de acesso a crédito e de investimento. É preciso ter em mente que o jogo é um negócio. É importante ter uma estrutura e o dever de casa feito para evoluir para os próximos passos”, destacou.
Inscrições abertas
Empresas do setor de games de todo o Brasil podem se inscrever para participar do Crie Games Modo Mercado. A ação vai selecionar estúdios para estarem na ativação do Sebrae na gamescom latam, que será realizada de 30 de abril a 4 de maio, em São Paulo.
Na primeira fase do Crie Games Modo Mercado, 150 empresas participarão de três workshops sobre posicionamento de mercado, elaboração de projeto e planejamento financeiro. Ao final, será preciso entregar uma estimativa de orçamento do produto e um roadmap do produto. Os 50 melhores projetos, de acordo com critérios de originalidade e maturidade comercial, seguirão para a próxima fase, podendo acessar credenciais na gamescom latam.
Na fase seguinte, as empresas passarão por uma mentoria de preparação de pitch para a entrega de uma apresentação de três minutos sobre o negócio. Até 20 projetos poderão participar da ativação do Sebrae na gamescom com seus jogos. As inscrições para o Crie Games Modo Mercado podem ser feitas até o dia 12 de março no Link.
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