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Carne sobe e cesta básica ultrapassa R$ 700 em todas as regiões de Ribeirão

Custo médio do kit de alimentos mínimo em fevereiro foi R$ 743,39, alta de 2,59% em relação ao mês anterior; preços na Zona Norte subiram 11,46%

Carne sobe e cesta básica ultrapassa R$ 700 em todas as regiões de Ribeirão

Mesmo com queda de preços em três das cinco regiões da cidade, a cesta básica em fevereiro ficou, em média, 2,59% mais cara em Ribeirão Preto com relação ao mês anterior, custando, em média R$ 743,39. O índice foi puxado pelo preço da carne, que subiu em média 10,41%.

Na Zona Norte da cidade, a variação do kit em 30 dias chegou a 11,46%. Os dados são do Instituto de Economia Maurílio Biagi da Associação Comercial e Industrial da cidade (IEMB-Acirp)e foram coletados no último dia 19. A pesquisa mensal da inflação sobre os alimentos feita pela entidade mostrou também que, pela primeira vez, desde que o índice passou a ser divulgado em 2023, todas as regiões tiveram kits mínimos com valor acima de R$ 700.

O IEMB-Acirp visitou dez supermercados/ hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as regiões Norte, Leste, Oeste, Sul e Central de Ribeirão e considerou o preço de 13 itens que compõem a cesta de consumo segundo as provisões mínimas estipuladas pelo Decreto-Lei nº 399/1938.

Inflação por região.

A cesta na Zona Norte, apesar do aumento, foi a mais barata da cidade e foi cotada em R$ 725,17. Mesmo com queda de 1,12%, a Central teve o índice mais alto de novo: R$ 765,01.
Na Zona Leste, a cesta subiu de preço em relação a janeiro, atingindo o valor médio de R$ 747,89 (+2,13%). Regiões Oeste (R$ 727,48) e Sul (R$ 748,16), por sua vez, tiveram redução de 2,51%, e 2,94%, respectivamente.

Propulsores da alta

Em fevereiro de 2024, o valor médio da cesta básica em Ribeirão foi cotado a R$702,46 pelo IEMB-Acirp (uma alta temporal de 5,82% em relação ao mesmo mês neste ano).

Na última aferição, o crescimento mensal foi propulsionado por alimentos como carne alcatra (+10,41%), leite (+2,54%) e café em pó (2,30%).

Como a carne é o item que mais pesa no bolso na hora de compor a cesta básica, comprometendo 47,03% do orçamento total, sua alta impactou bastante o conjunto.

De acordo com instituto, os farináceos foram o segundo produto de maior impacto na cesta, (custando 20,31% do montante final), seguidos de frutas e legumes (20,05%), laticínios (6,13%), leguminosas (3,22%), cereais (2,39%) e óleos (0,87%).

Para Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp, autor da pesquisa, o aumento no preço da carne alcatra é resultado da combinação de fatores. Entre eles, destacou a redução da oferta no curto prazo durante o ciclo de reprodução e condições climáticas adversas, sobretudo as secas prolongadas, que reduziram a qualidade das pastagens e elevaram os custos de suplementação alimentar, retardando o abate.

“Este cenário deve persistir no curto prazo, até que o ciclo pecuário volte a aumentar a oferta de gado para abate. Além disso, o aumento nos custos da suplementação alimentar também pode pressionar o setor de laticínios”, afirma Ribeiro.

Já o café tem apresentado aumentos expressivos de preço desde 2024 e deve continuar com valores incertos e pressionando os próximos aumentos inflacionários. “No ano passado, o café em grão no atacado encerrou com um avanço de 120,40%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Problemas climáticos em países produtores, como secas e geadas, reduziram a oferta global, elevando os preços”, pontua o analista.

Metodologia

A cesta considerada inclui carne bovina (6 kg de alcatra), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
Os locais de compra são determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias, uma vez que 60% dos ribeirão-pretanos preferem comprar este produto nestes estabelecimentos.

 

IEMB 

O Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) é um braço do Departamento de Relações Institucionais da Acirp, entidade que em 2024 completou 120 anos de atuação. O IEMB-Acirp foi criado em 1954 com objetivo de gerar dados socioeconômicos para orientação na gestão de empresas e da cidade. O Índice Mensal da Cesta Básica do IEMB-Acirp é mensurado desde maio de 2023.

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