Com promessas de fama e dinheiro fácil, adolescentes deixam de lado a escola, mas especialista afirma que os livros podem ser o caminho para o sucesso real

A crescente busca pelo sucesso nas redes sociais tem transformado o cotidiano de crianças e adolescentes no Brasil. Muitos, inspirados por influenciadores digitais, decidem abandonar a escola e os estudos com a esperança de alcançar fama e altos rendimentos na internet. Essa realidade, impulsionada pelo potencial financeiro de plataformas digitais, acende um debate sobre o impacto dessa decisão no futuro da juventude. Dados recentes mostram que alguns influenciadores menores de idade chegam a lucrar 100 mil reais por mês com marketing digital, muitas vezes – entretanto – atuando irregularmente.
A escritora e influenciadora Malu Lira, conhecida como Malu Finanças por suas obras voltadas ao público jovem, alerta para os perigos dessa tendência. “As redes sociais fazem parecer que é fácil e rápido ter sucesso, mas não monstram o trabalho que existe por trás disso e o preço que vem quando você abandona a sua educação e saúde mental na busca cega por fama”, comenta. Para ela, a desconexão com os estudos pode trazer consequências irreversíveis. “Sem uma educação boa, essas crianças acabam perdendo a chance de aprender a pensar por conta própria e entender melhor esse mundo digital antes de tomar decisões que afetarão para sempre o seu futuro”.
Além do impacto no aprendizado formal, Malu destaca o papel essencial da leitura no desenvolvimento pessoal. “Os livros são muito importantes para abrir a mente. Eles ajudam a entender melhor o mundo, a ter empatia e aprender de verdade. Isso é algo que nenhuma rede social sozinha consegue fazer por você”, afirma a jovem.
Embora o sonho de ser influenciador seja legítimo, a escritora defende que ele precisa estar caminhando junto com a busca contínua pela educação. “Não tem problema querer trabalhar na internet e seguir o seu sonho de ser influenciador, mas não dá para deixar a escola e a leitura de lado. Dá para fazer os dois com organização e planejamento”, conta Malu, que tem a rotina organizada para dar espaço a todas as atividades que gosta de fazer – e são muitas, entre arco e flecha, estudos, escrita, leitura, jogos, passeios e brincadeiras com os irmãos e amigos.
Especialistas em educação apontam que a proibição de celulares em escolas pode ser uma medida para reverter essa situação. A ideia é criar um ambiente que estimule a concentração e o aprendizado, longe das distrações das redes sociais. No entanto, pais e professores enfrentam o desafio de conscientizar os jovens sobre a importância do equilíbrio entre o digital e o offline.
Malu Lira sugere que a leitura pode ser o ponto de partida para essa mudança. “Uma boa história tem o poder de capturar a atenção dos jovens de forma saudável. Incentivar a leitura nas escolas e em casa pode ser um passo importante para redirecionar o foco da minha geração.”
O fenômeno dos influenciadores mirins mostra que o debate sobre o papel da educação no mundo digital é mais relevante do que nunca. Enquanto isso, vozes como a de Malu Lira continuam a reforçar a importância de valorizar o aprendizado e os livros como base para um futuro equilibrado e promissor.
Maria Luiza Lira @malu.financas
Amazonense que com 14 anos é escritora, porta-voz da Me Poupe! e palestrante de educação financeira para crianças e adolescentes. Nascida em 2010, sempre se mostrou curiosa e interessada em assuntos relacionados a finanças. Começou seus estudos assistindo vídeos da Me Poupe! e, aos 11 anos, escreveu seu primeiro livro. Hoje, aos 14 anos, tem 15 livros publicados, todos com a temática de educação financeira para crianças, além de ser idealizadora do Projeto ‘Malu Finanças na Escola’, que oferece soluções para a educação financeira para crianças, pais, professores e gestores públicos, presente em mais de 100 escolas do Brasil.
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