O Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uma recomendação para que o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) como substância de preenchimento seja proibido no Brasil. A entidade também solicitou a suspensão imediata da produção e comercialização de preenchedores à base desse material.
O documento entregue pelo CFM destaca os riscos do PMMA, citando alertas de instituições renomadas. Em 2024, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ressaltou que a aplicação injetável do produto pode causar complicações graves, como infecções, inflamações, necroses, falência renal e até mesmo a morte. Segundo a entidade, a remoção do PMMA é extremamente difícil e, em muitos casos, deixa sequelas mutiladoras nos pacientes.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia também manifestou preocupação, afirmando que o uso do PMMA deve ser restrito a médicos capacitados. A entidade destacou os riscos de resultados imprevisíveis, como reações persistentes e incuráveis, incluindo edemas, processos inflamatórios e reações alérgicas que podem surgir até anos após a aplicação.
Em sua recomendação, o CFM enfatizou que a proteção da sociedade é a prioridade, pedindo à Anvisa que tome medidas imediatas para proibir o uso do PMMA em preenchimentos.
O que é o PMMA?
O polimetilmetacrilato (PMMA) é um material plástico amplamente utilizado em diversas áreas, incluindo a saúde. Ele está presente em lentes de contato, implantes médicos e cimento ortopédico. Na clínica de estética, o PMMA é utilizado como preenchimento cutâneo, apresentando-se em forma de gel.
No entanto, relatos de complicações relacionadas ao seu uso estético têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil. Casos emblemáticos incluem o de uma influenciadora digital que, em 2020, sofreu graves deformações após um preenchimento labial, e o de outra influenciadora que faleceu em 2023 após um procedimento para aumento dos glúteos.