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Psicanalista Fabiana Guntovitch comenta sobre a pressão das redes sociais e a idealização da felicidade

Especialista em Comportamento, ela comenta as trends que viralizaram neste fim de ano

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Image by freepik

 

Uma nova tendência no Instagram, intitulada “Como posso estar triste se em 2024 eu…”, tem chamado a atenção ao reunir momentos felizes e conquistas marcantes em carrosséis de fotos. Apesar da proposta positiva de celebrar as boas memórias do ano que passou, a psicanalista Fabiana Guntovitch, especialista em Comportamento, alerta para os riscos dessa prática quando usada para invalidar emoções difíceis, como a tristeza.

Segundo Fabiana, há uma pressão implícita nas redes sociais para idealizar a vida, o que pode levar muitas pessoas a acreditarem que emoções negativas não têm espaço em um cenário aparentemente perfeito. “Quando tentamos justificar nossa tristeza comparando-a com momentos felizes, criamos um conflito interno que pode gerar culpa e até nos afastar de uma vivência mais autêntica das nossas emoções”, explica.

Para a psicanalista, a saúde emocional não consiste em suprimir ou evitar sentimentos difíceis, mas em acolhê-los como parte da experiência humana. “A vida real é feita de altos e baixos. Tentar mascarar a tristeza com fotos de conquistas não elimina o sentimento, apenas o reprime, o que pode trazer mais sofrimento no futuro”, afirma.

Fabiana também destaca a importância de entender o feed do Instagram como apenas um recorte idealizado da realidade, e não um reflexo completo da realidade das pessoas. “É importante lembrar que momentos felizes e tristes coexistem, e ambos têm seu valor. Abraçar essa dualidade é essencial para a construção de uma narrativa mais autêntica e saudável, tanto nas redes quanto fora delas”, pontua a especialista.

Por fim, ela reforça que celebrar as alegrias da vida é importante, mas não deve ser usado como forma de invalidar o que sentimos em momentos mais difíceis. “Aceitar nossas sombras e vulnerabilidades é um ato de coragem e, paradoxalmente, faz parte do processo de aprendizado e evolução, que inclui autoconhecimento, autoconfiança, autoestima e amor próprio, indispensáveis para uma vida mais plena e mais feliz. Encontrar uma felicidade mais genuína”, garante ela.

 

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