O aumento da alíquota do Imposto de Importação de pneus para carros de passeio, de 16% para 25%, decidida nesta quarta-feira (18/09) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), atendendo a pedido da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), deverá elevar em até 16% o preço final do produto importado, que ficará mais caro do que o fabricado no País, e terá impacto inflacionário de 0,1% a 0,2% na economia brasileira. Também pressionará o valor dos veículos e os custos de manutenção, em prejuízo dos consumidores.
“Esses cálculos, resultantes de estudo da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), mostram os danos do aumento do imposto. Trata-se de medida intempestiva, que atende apenas aos interesses de um grupo reduzido de fabricantes multinacionais instalados no Brasil, em detrimento da competição saudável e da liberdade de escolha dos consumidores”, pondera Samer Nasser, diretor de Relações Institucionais da Sunset Tires, uma das maiores empresas do setor na América Latina.
O executivo pondera ser fundamental destacar que a suposta “concorrência desleal” alegada pela ANIP para justificar o aumento de imposto é uma falácia, pois o custo de produção dos pneus no Brasil é comparável ao de outros países. É o que demonstra com clareza estudo realizado pela consultoria global Charles River Associates, com 50 anos de experiência. O relatório destaca: “Não se sustenta a tese de que os importados teriam valor inferior ao das matérias-primas utilizadas em sua fabricação. Estimativa de custo com insumos para a produção de pneus é de US$ 1,63 por quilo, em média, enquanto o preço do produto importado é de US$ 2,90 por quilo. Ou seja, é 81% maior, não havendo nada de anormal”.
Nasser, porém, salienta ter prevalecido o bom senso na decisão da Camex de não majorar o Imposto de Importação sobre os pneus para caminhões e ônibus, que atendeu a um forte apelo dos transportadores e do mercado, que não suportaria um aumento de custos. “Agora, precisamos buscar soluções que promovam um ambiente competitivo justo, beneficiando não apenas os fabricantes, mas também os consumidores e a economia nacional”, pondera.
Fonte: www.viveiros.com.br