O aquecimento global não prejudica apenas o meio ambiente, mas traz vários efeitos negativos para a saúde humana, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu
O aquecimento global é o fenômeno que causa o aumento gradual da temperatura média da Terra, gerado principalmente pelas emissões de gases de efeito estufa, que retêm o calor na atmosfera, influenciando mudanças climáticas, derretimento de glaciares e eventos climáticos extremos.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente já registrado, tendo alcançado 1,45 ± 0,12 °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).
O aquecimento global prejudica a sua saúde
Além das conhecidas mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, o aumento da temperatura global afeta bastante a saúde humana, como explica o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
“O aumento da temperatura da Terra não afeta a saúde humana apenas indiretamente, mas pode causar doenças e transtornos relacionados ao calor”.
“O calor também contribui para um maior risco de doenças transmitidas por insetos, como malária e dengue, além disso, a qualidade do ar tende a piorar, aumentando problemas respiratórios e cardiovasculares”, explica.
“Tudo isso acontece pois o corpo interpreta o calor como estresse e isso pode levar ao aumento da secreção de cortisol, o famoso “hormônio do estresse”.
“O cortisol elevado altera os ciclos normais de sono, causando insônia, ele também influencia o equilíbrio de fluidos e eletrólitos, e seu aumento pode levar a desequilíbrios na função renal e cardiovascular”.
Esses impactos na saúde podem levar até à morte, como reforçam dados também da OMM, que apontam cerca de 489 mortes por ano em todo o mundo associadas a ondas de calor.
O seu cérebro também sofre com o calor
As ondas de calor geradas pelo aquecimento global também afetam o funcionamento do seu cérebro, podendo, inclusive, aumentar o risco de desenvolver doenças, afirma o Dr. Fabiano de Abreu.
“Os humanos conseguem manter a temperatura do corpo perto dos 37 °C, mesmo que a temperatura do ambiente mude, esse controle envolve não só a pele e o sistema respiratório, mas também o hipotálamo, região do cérebro que pode sofrer alterações no seu funcionamento em temperaturas muito altas”.
“Ele ajuda a regular várias funções importantes do corpo, como equilíbrio, atenção e sono, mas durante uma onda de calor, o cérebro precisa trabalhar muito mais para manter a temperatura do corpo estável, o que faz com que outras funções fiquem em segundo plano”, explica.
O que fazer durante períodos de muito calor?
– Beba muita água para manter-se hidratado;
– Evite sair durante as horas mais quentes do dia, se possível;
– Use roupas leves e de cores claras para ajudar na evaporação do suor;
– Procure ambientes frescos e com ventilação adequada;
– Utilize protetor solar para evitar queimaduras e danos à pele;
– Faça refeições leves e evite alimentos pesados que podem aumentar a sensação de calor.;
– Faça pausas frequentes para descansar e evitar o estresse térmico.