Terapia celular CAR-T e drogas-alvo são alguns dos destaques. Neoplasia que se origina no sistema linfático deve registrar cerca de 15 mil novos casos, por ano, até 2025, de acordo com estimativa do Inca
Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos e, especialmente, reforçar a importância da prevenção, 15 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas. Esse é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, conjunto composto por órgãos e tecidos que produzem, tanto as células responsáveis pela imunidade, quanto os vasos que as conduzem através do corpo.
“Os linfomas se originam a partir do funcionamento irregular das células brancas do sangue, os linfócitos, que assumem um comportamento maligno. Eles perdem a capacidade de controle sobre seus mecanismos de replicação e iniciam um processo de proliferação descontrolada, desenvolvendo-se a partir dos gânglios linfáticos, os linfonodos”, explica Dra. Sarah Bassi, hematologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
A neoplasia é dividida em dois grandes grupos. Os linfomas de Hodgkin (LH) contabilizam, aproximadamente, 20% dos linfomas. Acometem mais adultos jovens, em torno dos 20 anos, ou idosos, acima dos 65 anos, têm uma evolução mais previsível e possuem boas taxas de cura.
Já os linfomas não Hodgkin (LNH), predominantes, englobam um espectro de doenças bem heterogêneo, com mais de 50 subtipos histológicos, incluindo algumas que podem ser altamente agressivas. Nos últimos 25 anos, o número de novos casos duplicou, em especial em pessoas acima dos 60 anos. “Entretanto, com avanços terapêuticos significativos nos últimos anos, como imunoterapia, terapia-alvo e terapia celular, por exemplo, que são mais eficientes e menos tóxicos, temos observado uma melhora gradativa nos prognósticos”, detalha a médica.
Estatísticas
De acordo com o levantamento “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil”, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a previsão de novos casos de linfoma de Hodgkin para o país, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 3.080 casos, o que corresponde a um risco estimado de 1,41 por 100 mil habitantes, sendo 1.500 casos em homens e 1.580 em mulheres.
Em relação aos linfomas não Hodgkin, o número sobe para 12.040 casos, o que corresponde a um risco estimado de 5,57 por 100 mil habitantes, sendo 6.420 casos registrados entre o sexo masculino e 5.620 casos no feminino. No Estado de São Paulo, são estimados 880 novos casos de LH e 3.290 de LNH.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o LH e o LNH ocupam, respectivamente, a 20ª e a 9ª posições entre os tipos de câncer mais prevalentes entre a população.
Sintomas e Diagnóstico
Em geral, o paciente percebe a presença de caroços e ínguas, muitas vezes indolores, em locais do corpo como a virilha, o pescoço e as axilas. No entanto, é importante esclarecer que nem toda íngua significa, necessariamente, um linfoma. “Outros sintomas que podem aparecer são febre, perda de peso, fraqueza, cansaço excessivo e aumento do volume do abdômen”, aponta. O diagnóstico é obtido a partir da biópsia da região afetada.
Tratamentos
Os tratamentos mais comuns são a quimioterapia e a radioterapia, mas o protocolo adotado é individual, conforme o tipo e o estágio do linfoma. Há, ainda, outros recursos que merecem destaque, como imunoterapia, drogas-alvo (maioria medicamentos de uso oral), assim como os transplantes de células tronco e as novas terapias celulares. Uma delas é a CAR-T, feita com células do sistema de defesa do organismo, os linfócitos T, que são colhidos do sangue do paciente, trabalhados em laboratório onde “aprendem” a reconhecer a doença do paciente e, ao retornarem, trabalham para eliminar as células doentes ao nível mínimo detectado.
Prevenção
A especialista explica que a adoção de um estilo de vida mais saudável, por meio de uma alimentação balanceada associada à pratica regular de exercícios físicos, evitando o consumo de ultraprocessados, tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, segue sendo o melhor caminho para a prevenção. “Além disso, como alguns dos fatores de risco não são mutáveis, a recomendação é seguir à risca o cronograma de consultas e de exames de rotina. Vale sempre lembrar: o diagnóstico precoce é parte essencial para o êxito no tratamento”, finaliza Dra. Sarah.
Sobre a Oncoclínicas&Co
Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade. Conta com 145 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.
A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com.
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