Estima-se que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças cardiovasculares
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo, responsáveis por cerca de 17,9 milhões de óbitos em 2019, representando 32% de todas as mortes globais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, as DCV também lideram as estatísticas, com aproximadamente 383 mil mortes registradas em 2020, segundo o Ministério da Saúde.
Essas doenças englobam condições como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças arteriais periféricas, muitas vezes causadas por obstruções nos vasos sanguíneos, que impedem o fluxo adequado de sangue ao coração ou ao cérebro. Fatores de risco comportamentais, como dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool, são amplamente responsáveis por esses números alarmantes. Além disso, o envelhecimento da população e a rápida urbanização têm contribuído para o aumento dos casos, especialmente em países de baixa e média renda, onde mais de três quartos das mortes por DCV ocorrem.
Diante desse cenário, o Setembro Vermelho, mês que marca o Dia Mundial do Coração (29 de setembro), tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a prevenção das doenças cardíacas e chamar a atenção para fatores de risco como colesterol elevado, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade e fatores psicossociais.
A Dra. Amanda Gonzales, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, destaca a importância de estar atento ao ritmo da vida e aos hábitos diários, observando sinais como cansaço excessivo, falta de ar e dores no peito. “Repensar nossa relação com a comida é fundamental. Devemos priorizar alimentos naturais e incorporar mais movimento ao dia a dia, como optar pelas escadas em vez do elevador ou caminhar um pouco mais. Cada movimento conta quando o assunto é saúde”, afirma a cardiologista.
Ela também alerta para o impacto significativo da saúde mental na saúde cardiovascular: “O estresse crônico, a ansiedade e a depressão são inimigos silenciosos que podem desencadear reações no organismo, como aumento da pressão arterial e formação de placas nas artérias, elevando o risco de infarto e AVC. É essencial buscar apoio psicológico, praticar atividades relaxantes e manter uma rede de suporte emocional para minimizar esses riscos”, completa.
Além dessas medidas, a prevenção regular é essencial. O check-up cardiológico é uma ferramenta fundamental para a detecção precoce de fatores de risco e problemas cardíacos que muitas vezes são silenciosos. Avaliações regulares permitem a criação de um plano de cuidados personalizado, ajudando a prevenir complicações e garantindo a saúde do coração a longo prazo. Um estudo brasileiro apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024) revelou que, se as tendências atuais se mantiverem, até 2044, 48% dos adultos no Brasil estarão obesos, enquanto 27% estarão acima do peso. Entre as doenças relacionadas ao excesso de peso, as mais preocupantes são o diabetes, responsável por mais de 51% dos novos casos, e as doenças cardiovasculares, que podem representar cerca de 57% das mortes até 2044.
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