Relatório produzido em parceria entre Acirp e IPCCIC mapeia condições gerais da região central e aponta caminhos para a sua requalificação
“Entendemos que antes de retomar e expandir os atributos do Centro, é preciso requalificar os elementos já presentes na região, criando as condições necessárias para que as pessoas possam desfrutar de todas as suas possibilidades, que incluem o comércio, a prestação de serviços, a cultura e o lazer. Ao realizar este estudo, a Acirp contribui mais uma vez para o processo de revitalização do Centro”, avalia a presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, Sandra Brandani Picinato.
Principais resultados da pesquisa
O Quadrilátero Central de Ribeirão Preto, delimitado pelas avenidas Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira, Independência e Nove de Julho, é o foco do estudo. “Nesta primeira etapa foi realizada uma pesquisa exploratória, com o reconhecimento de elementos empiricamente observáveis em 100% das ruas e avenidas da região central, entre os meses de maio e junho. Foram, no total, cerca de 70 km percorridos por quatro pesquisadores”, detalha a coordenadora técnica da pesquisa, Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa.
Composto por 3.466 lotes distribuídos em 177 quadras, o Quadrilátero Central de Ribeirão Preto apresenta uma predominância de imóveis isolados, com 71,9% do total, seguidos por 16,1% de condomínios verticais e 10,7% de condomínios horizontais. Os dados coletados revelam que 80,8% dos lotes estão em uso, enquanto 19,2% estão fechados, seja para venda, aluguel ou sem uso aparente. As áreas com maior concentração de imóveis fechados encontram-se nas proximidades das avenidas que delimitam a região, destacando-se as ruas Barão do Amazonas, General Osório e São José.
No que se refere à conservação, 46,7% das fachadas estão em estado mediano, enquanto 23% apresentam pintura desbotada, sendo as ruas Saldanha Marinho e Amador Bueno as mais afetadas. A pesquisa também apontou que as calçadas da área central apresentam sérios problemas de acessibilidade, com 48,9% delas possuindo desníveis ou rachaduras, e apenas 7,1% dotadas de piso tátil. A arborização também é escassa, com apenas 23,3% dos lotes possuindo árvores em frente às suas fachadas.
“Com dados como esses, podemos concluir que um processo de revitalização do Centro não se trata de demanda de um único grupo. Em uma eventual divisão de tarefas para requalificar a região central, todos os envolvidos têm papeis e responsabilidades bem definidas”, aponta Adriana Silva. O relatório completo da pesquisa servirá como guia para as próximas etapas da requalificação, reforçando a importância de um planejamento urbano atento às necessidades reais da região central do município.