Casos recentes de violência nos estádios brasileiros evidenciam a urgência em reforçar a segurança com medidas tecnológicas e cooperação mútua
Nos últimos meses, os estádios brasileiros têm sido palco de preocupantes incidentes que estão gerando um alerta em todo o país.
Casos como o do torcedor do Palmeiras que fez gestos obscenos para uma torcedora do Botafogo, o ato racista de um torcedor do Atlético-MG contra os adversários na Libertadores, e as manifestações de racismo por parte de um torcedor do Botafogo no último dia 14/08 são exemplos recentes que destacam a gravidade da situação.
Acontecimentos esses que não apenas mancham a imagem do futebol, mas também acendem o sinal de alerta sobre a segurança nos estádios.
Tornando necessário, por parte de clubes e autoridades, discutir e propor novas formas de reforçar a segurança nos eventos esportivos, buscando garantir que episódios como esses sejam prevenidos e punidos com rigor.
Medidas adotadas pelos clubes
Os clubes de futebol brasileiros já têm adotado medidas importantes para lidar com torcedores problemáticos, visando coibir comportamentos inadequados e garantir um ambiente mais seguro para todos.
Exemplo disso é o Palmeiras, que baniu o torcedor que realizou gestos obscenos durante uma partida da Libertadores. Utilizando câmeras de monitoramento e um sistema de biometria facial, o clube foi capaz de identificar o infrator, excluí-lo do programa de sócio-torcedor Avanti e impedi-lo de comprar ingressos para futuros jogos.
No Rio de Janeiro, o Botafogo tomou atitude semelhante ao banir um torcedor que fez gestos racistas em uma partida.
Ou seja, ações como estas demonstram um esforço concreto dos clubes em combater atitudes que não têm lugar no esporte, reforçando a necessidade de uma postura firme contra qualquer forma de violência ou discriminação.
A cooperação entre clubes e autoridades
Algo que tem se mostrado crucial é a cooperação entre clubes de futebol e as autoridades de segurança pública, para garantir que crimes cometidos nos estádios sejam devidamente investigados e punidos.
Um exemplo dessa parceria é o trabalho conjunto entre o Palmeiras e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
O clube compartilha dados dos torcedores com a Secretaria, que, por sua vez, analisa as informações e retorna com a lista de pessoas com pendências judiciais.
Essa colaboração não só fortalece a segurança nos eventos esportivos, mas também assegura que os infratores sejam identificados e responsabilizados por seus atos.
Qual o impacto da Lei Geral do Esporte e de programas de segurança?
A Lei Geral do Esporte, que entrou em vigor em 2023, trouxe mudanças significativas para a segurança nos estádios brasileiros.
Sendo uma das principais exigências da nova legislação a implementação de sistemas de biometria facial em todas as arenas esportivas com capacidade para mais de 20 mil pessoas até 2025.
Medida que visa não apenas melhorar a segurança, mas também garantir que os torcedores com histórico de violência ou outras pendências legais sejam impedidos de frequentar esses locais.
Além disso, o Programa Estádio Seguro, lançado pela CBF em parceria com o Ministério da Justiça, está ajudando a levar essas tecnologias para estádios em todo o Brasil.
Com o objetivo de criar ambientes mais seguros para os torcedores, inibindo a ação de criminosos e promovendo melhor o esporte enquanto entretenimento.
Medidas de segurança para reforçar
Diante dos recentes incidentes, se tornou claro que é necessário continuar investindo em novas tecnologias e equipamentos de segurança nos estádios.
A adoção de ferramentas modernas pode não apenas inibir atos criminosos, mas também ajudar na identificação rápida e eficaz dos responsáveis. Por isso, aqui vão algumas das soluções mais eficazes:
Biometria facial
Como mencionado, no Allianz Parque, por exemplo, o sistema tem sido utilizado para identificar torcedores que cometem crimes durante os jogos, além de localizar pessoas procuradas pela Justiça.
Com o uso do recurso, os clubes conseguem agir de forma preventiva, barrando a entrada de indivíduos com histórico de violência e outros delitos já na entrada.
E a tendência é que essa tecnologia se expanda ainda mais, tornando um padrão em todas as grandes arenas do país e que são muitas.
Refletores
Outra medida que pode contribuir para a segurança nos estádios é a melhoria da iluminação com refletores de alta eficiência.
Visto que muitos estádios no Brasil ainda tem dificuldades nesse quesito. Então os refletores para campo de futebol, com maior alcance e iluminação clara, são praticamente uma ferramenta básica para garantir uma visibilidade plena em todas as áreas do estádio.
Com eles é que câmeras de segurança conseguem captar imagens mais nítidas e detalhadas, dentro e fora do gramado.
Outros recursos
Além desses dois, existem outras práticas e tecnologias que estão sendo adotadas para reforçar a segurança nos estádios.
Como a instalação de câmeras de alta resolução citada antes, o uso de drones para monitoramento aéreo, e a capacitação contínua dos profissionais de segurança também são algumas das iniciativas que já vêm mostrando resultados positivos.
Todas, medidas que, quando integradas, formam uma rede de segurança robusta, capaz de tornar os eventos esportivos mais seguros para todos.
Nesse sentido, a segurança nos estádios é uma questão urgente que demanda atenção constante, por isso a combinação de tecnologias avançadas, a cooperação entre clubes e autoridades e punições rigorosas aos infratores devem estar sempre sendo repassados e atualizados.