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Diagnóstico de autismo depois de adulto? E agora?

A realidade do diagnóstico tardio e suas implicações – explorando os desafios do diagnóstico de autismo na vida adulta, os critérios clínicos, e como a conscientização crescente está revelando casos antes despercebidos.

Diagnóstico de autismo depois de adulto? E agora?

Em uma época em que a saúde mental está cada vez mais em evidência, um fenômeno intrigante tem chamado a atenção de profissionais da área: O Aumento de Adultos procurando Neurologistas e Psiquiatras e saindo de seus consultórios com diagnóstico de autismo.
Mas como isso é possível? E o que isso significa para esses adultos que, até então, não sabiam que tinham autismo?
O autismo é uma condição que, embora seja mais frequentemente diagnosticada na infância, pode ser identificada em qualquer fase da vida. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos e interesses restritos.
O diagnóstico de TEA em adultos segue os mesmos critérios utilizados para crianças, ou seja:

1. Déficits Persistentes na Comunicação e Interação Social:

  •    – Dificuldade em iniciar e manter conversas.
  •    – Problemas em entender e usar gestos, expressões faciais e outras formas de comunicação não verbal.
  •    – Dificuldade em desenvolver e manter relacionamentos.

2. Padrões Restritos e Repetitivos de Comportamento, Interesses ou Atividades:

  •    Movimentos motores repetitivos ou uso repetitivo de objetos.
  •    Insistência em rotinas e resistência a mudanças.
  •    Interesses fixos e intensos em tópicos específicos.
  •    Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais.

Devemos também considerar as dificuldades na vida cotidiana; desde problemas para se adaptar a novas situações ou ambientes, além da dificuldade em entender e seguir normas sociais. De modo geral, esses sintomas podem ser mais sutis em adultos, especialmente se eles desenvolveram estratégias de adaptação ao longo da vida – Explica a Dra. Gladys Arnez.

Sintomas que Podem Passar Despercebidos:

  • Dificuldade em se relacionar com os outros
  • Problemas de comunicação, como dificuldade em entender sarcasmo ou ironia
  • Sensibilidade a estímulos sensoriais, como luzes ou sons
  • Dificuldade em se adaptar a mudanças
  • Problemas de organização e planejamento
  • O que os diferencia dos adultos típicos?
  • Dificuldade em entender nuances sociais
  • Problemas em se expressar de forma clara e concisa
  • Sensibilidade a estímulos que podem ser considerados “normais” para outros
E agora?
O diagnóstico de autismo no adulto pode ser um imenso alivio. “É como se uma peça do quebra-cabeça finalmente encaixasse”, explica a dra. Gladys. “Os adultos que recebem o diagnóstico podem finalmente entender por que se sentiam de certa forma, por que se comportavam de certa maneira. Eles podem aprender a administrar sua vida de forma mais eficaz, com a ajuda de uma equipe multidisciplinar.”
João, 35 anos, professor universitário, sempre se sentiu “diferente”. Ele tinha, além de suas manias e um sentimento de não pertencimento, dificuldades em se relacionar com os colegas de trabalho, família, poucos amigos e se sentia sobrecarregado com as demandas do dia a dia. Depois de anos de sofrimento em silêncio, João procurou um neurologista e recebeu o diagnóstico de autismo. “Foi como um peso tirado dos meus ombros”, diz ele. “Agora eu entendo por que eu me sinto de certa forma, diferente de todos, mas agora posso aprender a lidar com isso, sem “ser cruel comigo mesmo”.
A prevalência do autismo em adultos tem sido objeto de estudo crescente. Estudos recentes indicam que a prevalência de TEA em adultos é semelhante à observada em crianças, sugerindo que muitos casos não são diagnosticados até a idade adulta – Completa a Dra. Arnez.

A conscientização crescente e melhores ferramentas de diagnóstico têm contribuído para um aumento no número de diagnósticos em adultos nos últimos anos.

Por outro lado, a prevalência de diagnósticos incorretos de autismo é uma preocupação significativa na comunidade médica. Vários fatores podem contribuir para diagnósticos errôneos, incluindo a complexidade dos sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a sobreposição com outros transtornos mentais e comportamentais – finaliza.

O autismo em adultos é uma condição que requer atenção e compreensão. O diagnóstico, mesmo que tardio, pode proporcionar um melhor autoconhecimento e acesso a recursos e suporte adequados, melhorando significativamente a qualidade de vida dos indivíduos autistas. Por este motivo é um assunto que precisa ser discutido.
Se você está passando por algo semelhante, não hesite em procurar um médico. O diagnóstico pode ser o primeiro passo para uma vida mais plena e satisfatória, diz a Dra. Gladys Arnez, que está disponível para conversar sobre o assunto e ajudar a esclarecer as dúvidas dos leitores.

Sobre a autora:

Dra. Gladys Arnez, Médica Neurologista infantil e Adolescencia,  Especialista em Transtornos  do Neurodesenvolvimento,uso da Toxina Botulínica para diversos Tratamentos Neurológicos e Canabidiol CDB- para o Tratamento do Autismo.

Fundadora da Clínica Neurocenterkids, um centro de excelência com duas unidades: ABC e em São Paulo. Descubra mais em: https://clinicaneurocenterkids.com.br

INSTA: @clinica_neurocenterkids e @dra.gladysarnez