por J.A. Puppio
Nas últimas décadas, as práticas sustentáveis ganharam grande relevância, especialmente em relação à gestão dos recursos naturais. A água, elemento essencial para a vida, é um dos recursos mais críticos nesse contexto.
A recente polêmica em torno da qualidade das águas do Rio Sena, na França, durante as Olimpíadas, chamou a atenção por causa da poluição e destaca a urgência de abordarmos as questões ambientais de forma mais integrada e responsável para protegermos nossos rios e lagos.
Apesar dos esforços significativos para despoluir o rio ao longo dos anos, tendo gastado aproximadamente 1,4 bilhão de euros, a qualidade da água ainda apresentou riscos para os atletas, colocando em evidência as lacunas nas políticas ambientais e na gestão sustentável dos recursos hídricos.
A situação não acontece só na França e é um reflexo de um problema global. Em várias partes do mundo, rios, lagos e oceanos estão sob constante ameaça devido ao descarte inadequado de resíduos industriais e urbanos, além da falta de tratamento de esgoto. Isso não só impacta a biodiversidade, mas também afeta diretamente a saúde pública e a qualidade de vida das populações ribeirinhas.
A experiência do Rio Sena nos ensina lições valiosas que podem e devem ser aplicadas. Primeiramente, destaca a importância de políticas públicas robustas que priorizem a preservação e recuperação dos recursos hídricos. Além disso, a conscientização pública e a participação da sociedade civil são fundamentais para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
Outro aspecto imprescindível é o investimento em infraestrutura verde, como a construção de sistemas de tratamento de esgoto eficientes e a implementação de soluções baseadas na natureza para a gestão de águas pluviais, medidas fundamentais que não só ajudam a melhorar a qualidade da água, mas também contribuem para proteger as cidades frente às mudanças climáticas.
À medida que o mundo enfrenta desafios ambientais maiores e cada vez mais complexos, a gestão sustentável da água se torna uma questão de sobrevivência. As Olimpíadas de Paris e as controvérsias em torno do Rio Sena devem servir como um alerta para que governos, empresas e cidadãos repensem suas práticas.
No Brasil, onde a abundância de recursos hídricos muitas vezes gera descaso, é vital que aprendamos com as lições do Sena. A implementação de práticas sustentáveis, desde o uso consciente da água até a preservação de nascentes e mananciais, é essencial para garantir a segurança hídrica e a saúde ambiental das futuras gerações.
A água, sendo um recurso natural e finito, deve ser gerida com a máxima responsabilidade. Somente por meio de práticas sustentáveis e de uma conscientização coletiva poderemos assegurar um planeta saudável e capaz de sustentar a vida em toda a sua diversidade.
J.A. Puppio é empresário e autor do livro ‘Impossível é o que não se tentou’