A varíola Mpox, anteriormente conhecida como Monkeypox, tem sido motivo de crescente preocupação mundial devido aos surtos recentes e ao surgimento de variantes mais graves da doença. A infecção, que apresenta sintomas semelhantes aos da varíola humana, tem mobilizado esforços globais para contenção e tratamento. Neste artigo, exploraremos a doença, as formas de contágio, os cuidados necessários, e os tratamentos disponíveis, com base nos dados mais recentes e alertas emitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que é a Varíola Mpox?
A varíola Mpox é uma doença zoonótica viral, transmitida de animais para humanos, causada pelo vírus Monkeypox. Este vírus faz parte do gênero Orthopoxvirus, que também inclui o vírus da varíola. A Mpox foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo. Historicamente, a doença era mais prevalente em áreas florestais da África Central e Ocidental, mas nas últimas décadas, a disseminação para outras regiões, incluindo a Europa e as Américas, tem causado preocupação global.
Os sintomas da Mpox incluem febre, dores de cabeça intensas, linfadenopatia (inchaço dos linfonodos), dores musculares, e uma característica erupção cutânea que evolui de máculas para pústulas. Segundo a OMS, a doença pode durar entre duas a quatro semanas e, embora geralmente seja autolimitada, pode levar a complicações graves e até à morte, especialmente em populações vulneráveis como crianças, gestantes e imunocomprometidos.
Formas de Contágio
A varíola Mpox é transmitida principalmente pelo contato direto com fluidos corporais, lesões na pele, ou materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão também pode ocorrer através de gotículas respiratórias, especialmente em contatos próximos e prolongados, o que destaca a importância de medidas de prevenção em ambientes de risco.
A OMS tem alertado sobre a possibilidade de transmissão sexual, já que surtos recentes mostraram que muitas das infecções ocorreram entre homens que fazem sexo com homens (HSH). No entanto, a Mpox não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) tradicional, embora o contato íntimo durante a atividade sexual possa facilitar a transmissão.
Sintomas e Evolução da Doença
Os sintomas iniciais da Mpox podem se assemelhar aos de muitas outras doenças infecciosas, começando com febre, dor de cabeça, e mal-estar geral. Entretanto, um sintoma distintivo é a erupção cutânea, que geralmente começa no rosto e se espalha para outras partes do corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Estas lesões passam por várias fases, desde máculas (manchas) até pústulas e crostas, que eventualmente caem.
Um aspecto preocupante dos surtos recentes é a identificação de variantes mais graves do vírus, como o caso confirmado na Suécia, onde um paciente foi diagnosticado com uma forma mais severa da doença, com maior risco de complicações e mortalidade.
Cuidados e Prevenção
Prevenir a transmissão da Mpox envolve medidas rigorosas de higiene e proteção. O isolamento de pacientes infectados é fundamental para evitar a disseminação do vírus. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas, é essencial para profissionais de saúde e pessoas que cuidam de infectados.
A vacinação é uma medida preventiva eficaz. A OMS recomenda a vacinação para grupos de risco, incluindo trabalhadores da saúde e pessoas que tiveram contato com casos confirmados. As vacinas usadas contra a varíola humana também fornecem proteção contra a Mpox, mas a disponibilidade global ainda é limitada.
Tratamentos Disponíveis
Atualmente, não existe um tratamento específico aprovado para a varíola Mpox, mas a doença pode ser gerenciada com cuidados de suporte e medicamentos antivirais. O tecovirimat, um antiviral desenvolvido originalmente para tratar a varíola, tem mostrado eficácia contra o vírus Monkeypox e é recomendado pela OMS em casos graves ou complicados.
O manejo clínico da Mpox também pode incluir o uso de analgésicos para aliviar a dor e antipiréticos para controlar a febre. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de antibióticos para tratar infecções bacterianas secundárias que podem surgir devido às lesões cutâneas.
Atualidade e Ações Globais
Recentemente, a OMS emitiu um alerta global sobre a varíola Mpox, destacando a importância de monitorar os sintomas e procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita de infecção. Este alerta foi motivado pela propagação da doença para países que antes não tinham registros de casos, e pela identificação de variantes mais graves do vírus.
No Brasil, as autoridades de saúde estão em alerta máximo, com campanhas de conscientização e medidas para controlar possíveis surtos. A vigilância epidemiológica é essencial para detectar precocemente novos casos e evitar a propagação da doença em áreas densamente povoadas.
A varíola Mpox, embora conhecida há décadas, apresenta novos desafios para a saúde global devido à sua recente disseminação e à gravidade de alguns casos. A OMS e outros órgãos de saúde pública têm enfatizado a importância de uma resposta coordenada e da aplicação de medidas preventivas rigorosas para controlar a doença. A conscientização pública, a vacinação de grupos de risco, e a prontidão dos sistemas de saúde são fundamentais para enfrentar esta ameaça.
A colaboração internacional e a pesquisa contínua sobre a Mpox e seus tratamentos são essenciais para proteger populações vulneráveis e evitar que a doença se torne uma crise de saúde pública ainda maior. Em um mundo globalizado, a prontidão e a resposta rápida a surtos como este são mais importantes do que nunca.
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