Durante as Olimpíadas de Paris 2024, uma cena inusitada capturou a atenção do público: uma torcedora brasileira segurava um cartaz com a frase em inglês “Pão de Queijo is better than Croissant”. Essa provocação amigável trouxe à tona uma comparação entre duas das mais queridas iguarias de Brasil e França: o pão de queijo e o croissant. Mas o que faz essas delícias serem tão especiais?
Origens e Tradições
O pão de queijo é um ícone da culinária brasileira, especialmente da região de Minas Gerais. Sua história remonta ao período colonial, quando os escravizados adaptaram receitas portuguesas usando ingredientes locais, como o polvilho de mandioca e o queijo minas. Originalmente, o pão de queijo era preparado com queijo fresco, mas ao longo do tempo, foram desenvolvidas variações que utilizam diferentes tipos de queijo, como parmesão, muçarela e até mesmo queijos mais maturados.
Já o croissant tem uma origem que mistura tradição e lenda. Popularmente associado à França, o croissant na verdade tem raízes na Áustria, onde era conhecido como “kipferl”. A versão francesa do croissant foi introduzida por volta do século XVIII, quando Maria Antonieta, de origem austríaca, trouxe a iguaria para a corte francesa. O formato em meia-lua, que lembra o símbolo islâmico, teria sido criado em homenagem à vitória dos cristãos sobre os turcos na Batalha de Viena. Com o tempo, a França aprimorou a receita, tornando-a mais leve e folhada, o que a consagrou mundialmente.
Variações Culturais
No Brasil, o pão de queijo evoluiu em inúmeras direções. Em Minas Gerais, ele é tradicionalmente feito com queijo minas, mas existem receitas que incorporam queijos como o gouda ou o cheddar. Além disso, novas variações incluem recheios como requeijão, doce de leite ou chocolate, transformando o simples pãozinho em uma sobremesa ou lanche ainda mais irresistível.
Por outro lado, o croissant também se diversificou ao longo dos anos. Na França, além do croissant tradicional, é comum encontrar variações recheadas com chocolate, amêndoas ou creme de baunilha. O croissant de chocolate, conhecido como “pain au chocolat”, é especialmente popular entre os franceses. Em outros países, o croissant é utilizado como base para sanduíches, combinando seu sabor amanteigado com recheios salgados como presunto, queijo e ovos.
Ficou com água na boca? Então está aqui duas receitas Simples de Pão de Queijo e Croissant
Pão de Queijo
Ingredientes:
- 500g de polvilho doce
- 250ml de leite
- 100ml de óleo
- 2 ovos
- 200g de queijo minas ralado
- Sal a gosto
Modo de preparo:
- Ferva o leite com o óleo e o sal.
- Despeje sobre o polvilho e misture até esfriar.
- Adicione os ovos e o queijo, misturando bem.
- Forme bolinhas e asse em forno preaquecido a 180°C por cerca de 20 minutos.
Croissant
Ingredientes:
- 500g de farinha de trigo
- 10g de sal
- 40g de açúcar
- 20g de fermento biológico fresco
- 300ml de água
- 300g de manteiga
Modo de preparo:
- Misture a farinha, sal, açúcar e fermento.
- Adicione a água aos poucos até formar uma massa homogênea.
- Deixe descansar por 30 minutos.
- Abra a massa, espalhe a manteiga e dobre em camadas, repetindo o processo três vezes.
- Corte em triângulos, enrole e asse em forno preaquecido a 200°C por cerca de 20 minutos.
E o Pão Francês?
Pão Francês: A Verdadeira Origem
Curiosamente, no Brasil, o pão mais consumido diariamente não é nem o pão de queijo nem o croissant, mas sim o “pão francês”. O nome pode ser um tanto enganoso, pois o pão francês brasileiro, também chamado de “pãozinho” ou “cacetinho”, não tem muito em comum com as baguetes francesas. Esse pãozinho surgiu no Brasil no início do século XX, inspirado em pães mais leves e aerados que estavam sendo produzidos na França naquela época. Com o tempo, a receita foi adaptada para os gostos brasileiros, resultando em um pão com casca crocante e miolo macio, que é o favorito nas padarias de norte a sul do país.
Seja o pão de queijo com sua textura macia e sabor reconfortante, ou o croissant com suas camadas folhadas e aroma amanteigado, ambos os alimentos representam a rica cultura culinária de seus países. A provocação da torcedora brasileira pode ter sido uma brincadeira, mas evidencia o orgulho que cada nação tem por suas tradições gastronômicas. Afinal, o melhor alimento é aquele que nos faz sentir em casa, onde quer que estejamos.