Como podemos viver com traumas sem nem perceber
A hipnoterapia vem se destacando como uma técnica eficaz na identificação e tratamento de traumas, especialmente aqueles que se entrelaçam profundamente na personalidade dos indivíduos. Este método terapêutico oferece um caminho para acessar memórias e emoções que, muitas vezes, permanecem ocultas no subconsciente, influenciando comportamentos, sentimentos e a saúde mental de maneira significativa. Dentro deste contexto, um olhar especial é direcionado aos traumas femininos, amplificados pela pressão social e pela dificuldade de encontrar espaços seguros para enfrentar e processar estas questões de forma adequada.
A hipnoterapia surge como uma abordagem promissora neste cenário, proporcionando um espaço seguro para que as mulheres possam explorar e processar traumas e estresses que muitas vezes são relegados ao segundo plano em suas vidas atarefadas. “Através da hipnose, é possível acessar partes do subconsciente que guardam memórias traumáticas, permitindo um entendimento mais profundo dos próprios comportamentos e sentimentos”, diz o especialista em hipnoterapia Renê Skaraboto. Para o especialista este processo oferece uma oportunidade única para reconfigurar pensamentos e emoções negativas associadas a esses traumas, facilitando uma recuperação mais eficaz e duradoura.
Mulheres, que devido a uma combinação de fatores hormonais e sociais, estão mais predispostas a desenvolver certos transtornos psicológicos, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), o Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) e a Depressão. A complexidade destes transtornos reflete a interação de elementos biológicos, genéticos, ambientais, sociais e emocionais, tornando a jornada para a saúde mental uma batalha árdua para muitas mulheres.
O estresse e a ansiedade, por exemplo, são sintomas comuns que podem se manifestar de várias formas, incluindo fadiga, irritabilidade, problemas gastrointestinais, dificuldades de concentração, entre outros. Estudos revelam que mulheres têm até duas vezes mais chances de desenvolver TAG, uma condição exacerbada por fatores hormonais e pela maior pressão cultural que enfrentam, afetando diretamente sua autoestima e autoconfiança.
Além disso, a hipnoterapia pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento dos transtornos mais comumente diagnosticados em mulheres, ao abordar diretamente os sintomas e suas causas subjacentes. Por exemplo, no caso do TEPT, relacionado frequentemente à violência doméstica e abusos, a hipnoterapia pode ajudar a diminuir a intensidade das reações emocionais aos gatilhos traumáticos. Da mesma forma, nos casos de TOC e TDPM, a terapia oferece estratégias para gerenciar obsessões, compulsões e as intensas variações emocionais.
É crucial reconhecer a importância de abordagens terapêuticas como a hipnoterapia na promoção da saúde mental, especialmente para as mulheres, que enfrentam uma gama complexa de desafios psicológicos. Ao proporcionar um caminho para entender e curar os traumas, esta modalidade terapêutica não apenas melhora a qualidade de vida, mas também empodera as mulheres a redefinir suas histórias, reafirmando sua força e resiliência diante das adversidades.