É comum aparecer na educação infantil e persistir na vida adulta
A dislexia é um distúrbio de aprendizado que afeta a habilidade de uma pessoa ler, soletrar, escrever e compreender o texto. Segundo estudiosos, é um problema neurológico e de origem genética, que ocorre em pessoas com inteligência dentro da faixa normal.
De acordo com a neuropsicopedagoga Milena Andrade, a dislexia não é falta de inteligência e está relacionada, principalmente, a carga genética. “Alterações cerebrais, dificuldades de comunicação entre os neurônios e desenvolvimento tardio do sistema nervoso central, são algumas das causas que podem explicar a existência do transtorno”, esclareceu.
Sintomas
As características da dislexia podem variar de pessoa para pessoa, mas os sintomas comuns, descreve Milena, incluem dificuldades em cálculos, relações espaciais, nas direções (direita e esquerda), decodificar o texto, reconhecer palavras, planejar e administrar o tempo.
Pessoas com o transtorno, completa a neuropsicopedagoga, podem segurar o lápis de forma incomum, tem limitação em aprender e ver as horas, coordenação motora pouco desenvolvida e frequentemente têm dificuldade em seguir instruções escritas, ler em voz alta fluentemente e podem evitar a leitura sempre que possível devido a frustração e ansiedade.
A dislexia é comum aparecer ainda na educação infantil, antes da alfabetização, mas pode persistir na vida adulta. “Por isso a importância de atentar para os marcos do desenvolvimento para que a busca pelo diagnóstico seja feita o quanto antes. No caso de adultos, é comum evitar atividades que exijam leitura ou matemática, exigindo muitas vezes o uso constante de estratégias alternativas para ter uma melhor compreensão”. São utilizados recursos como audiolivros, mídia audiovisual ou softwares de texto.
Mesmo tendo alto índice de hereditariedade, informa Milena Andrade, que é psicopedagoga do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP) da UniFTC, unidades de Petrolina e Juazeiro, os pais ou mães que têm dislexia não necessariamente terão filhos com essa característica. “Caso haja na família alguém com o transtorno, o ideal é fazer a investigação para um diagnóstico precoce vislumbrando uma intervenção o quanto antes”.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio de avaliações educacionais e neuropsicológicas, e o tratamento geralmente envolve intervenções específicas para ajudar a pessoa a desenvolver habilidades de leitura e escrita. Milena orienta que o primeiro passo é buscar um psicopedagogo.
“O profissional vai iniciar o processo de investigação, através de uma avaliação psicopedagógica, além de acolher, ouvir e compreender a queixa trazida”. Após a análise, o psicopedagogo encaminha para profissionais que farão outros testes para conseguir chegar ao diagnóstico preciso. O paciente pode ser conduzido para um fonoaudiólogo, neurologista, neuropsicológo, entre outras especialidades.
Acolhimento reforça a autoestima
Com o suporte adequado, muitas pessoas com dislexia podem aprender a superar seus desafios e levar uma vida bem-sucedida, acrescenta a psicopedagoga do NAP da UniFTC. “O acolhimento poderá estimular suas potencialidades e habilidades, fazendo com que não tenham medo e nem vergonha de declarar que apresentam um transtorno que não os impede de ser agentes construtores e transformadores na sociedade”.
Milena Andrade frisa que é importante que pais, professores e profissionais de saúde estejam cientes da dislexia e saibam como fornecer apoio às pessoas que a têm. A Rede UniFTC conta com o Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP), auxiliando seus estudantes durante a caminhada acadêmica, mesmo diante de dificuldades. O objetivo da instituição é potencializar o processo de aprendizagem, o desenvolvimento e a formação.