Condição é mais comum em crianças alérgicas, mas pode afetar outras faixas etárias
A conjuntivite primaveril é uma das formas de conjuntivite alérgica. Como o próprio nome já diz, sua incidência é maior durante a primavera. A explicação é que nesta estação do ano há uma maior concentração de pólen, considerado um importante agente alérgeno.
Segundo o Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a conjuntivite primaveril é uma inflamação na conjuntiva, o tecido que reveste a parte da frente do globo ocular. “A pessoa exposta ao pólen desenvolve uma reação exagerada e aciona o sistema imunológico a “combater” o invasor, liberando substâncias inflamatórias”.
“Esta forma da conjuntivite pode ser mais grave, pois pode comprometer a córnea. Quando isto ocorre é chamada de ceratoconjuntivite primaveril”.
Conjuntivite primaveril causa coceira e vermelhidão
Há vários tipos de conjuntivite e os sintomas costumam ser parecidos.
“Entretanto, um importante diferencial da forma primaveril é que não há presença de secreção purulenta, já que não é infecciosa. A coceira é mais intensa e é acompanhada de vermelhidão, irritação, sensação de areia nos olhos e sensibilidade à luz”, explica a especialista.
Outro diferencial da conjuntivite alérgica é que sua duração é mais prolongada do que as de origem infecciosa. “Em muitos casos é necessário fazer um tratamento mais longo, com remédios para reduzir a inflamação, por exemplo”.
Atenção alérgicos!
Qualquer pessoa pode desenvolver uma conjuntivite primaveril. “Mas a prevalência é maior em crianças, principalmente naquelas que já possuem histórico de alergias. Em localidades mais quentes e secas há um número maior de casos, já que o pólen fica mais concentrado no ar”, aponta Dra. Marcela.
Não coce os olhos!
Pode ser quase impossível não coçar os olhos em uma conjuntivite alérgica!
Mas a fricção constante é perigosa. “O principal problema é que o hábito de coçar o olho pode causar problemas na córnea. A pessoa pode desenvolver lesões, úlceras e até perfuração nesta região do olho”, alerta a oftalmopediatra.
Dicas para aliviar os sintomas
“Antes de mais nada, é fundamental usar colírios apenas com a prescrição médica. Em muitos casos é preciso usar colírios à base de corticoides e até mesmo corticoides de uso oral. Porém, a automedicação com esta classe medicamentosa traz sérios riscos à saúde”, finaliza Dra. Marcela.
Para além do tratamento medicamentoso, alguns cuidados podem ajudar a aliviar os sintomas, como:
- Usar colírios lubrificantes e/ou lágrimas artificiais
- Evitar contato com o pólen, que em geral é mais abundante em ambientes ao ar livre com vegetação
- Caso o ar esteja seco, usar umidificadores de ar
- As crianças podem e devem usar óculos de sol com lentes de proteção UVA/UVB
- Faça compressas frias nos olhos dos pequenos para aliviar a coceira
- Mantenha os ambientes arejados e livres de outros agentes alérgenos, como pó, ácaros, mofo etc.