Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciênciam criaram, pela primeira vez, modelos completos de embriões humanos a partir de células-tronco. A pesquisa da equipe do Prof. Jacob Hanna no Departamento de Genética Molecular foi publicada na revista científica Nature.
Os modelos, criados sem óvulo, espermatozoide ou útero foram cultivados até o dia 14. Eles continham todas as estruturas e compartimentos de um embrião nesta fase, incluindo placenta, saco vitelino, saco amniótico e outros tecidos externos.Cada compartimento e estrutura de suporte estava lá, no lugar, tamanho e forma certos. Até mesmo as células que produzem o hormônio usado nos testes de gravidez estavam lá e ativas: quando os cientistas aplicaram secreções dessas células em um teste de gravidez comercial, ele deu positivo.
Na natureza, o aglomerado de células que se implanta no útero no sétimo dia de sua existência torna-se, dentro de três a quatro semanas, um embrião bem estruturado que já contém todos os órgãos do corpo. “Esse primeiro mês ainda é, em grande parte, uma caixa preta. Nosso modelo de embrião humano derivado de células-tronco oferece uma maneira ética e acessível de lançar nova luz nessa caixa. Ele imita de perto o desenvolvimento de um embrião humano real, particularmente o surgimento de sua arquitetura requintadamente fina” – afirma o prof. Hanna
10 anos de pesquisa
A equipe se baseou em sua experiência anterior na criação de modelos baseados em células-tronco sintéticas de embriões de camundongos. A equipe de Hanna havia sido, de fato, a primeira a começar a descrever o método em 2013. Eles continuaram a melhora-lo ao longo dos anos. Hoje, os modelos sintéticos fornecem uma forma ética de estudar os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário humano e podem ajudar a determinar as causas de muitos defeitos congênitos e infertilidade. De fato, o estudo já produziu uma descoberta que pode abrir uma nova direção de pesquisa sobre o fracasso precoce da gravidez.
O uso de modelos de embrião oferece uma maneira de contornar experimentos que não podem ser realizados em embriões vivos – por exemplo, determinar os efeitos da exposição a drogas ou outras substâncias no desenvolvimento fetal.
O Prof. Hanna diz: “Nossos modelos completos de embriões ajudarão os pesquisadores a abordar as questões mais básicas sobre o que determina seu crescimento adequado”.
Se espera que sejam utilizados também para desenvolver novas técnicas para o cultivo de tecidos e órgãos para transplante, e a encontrar outras soluções que poderiam mudar a medicina para sempre.