O uso da bandeja de massagem facial com gelo – também conhecido como ice roller – virou moda no TikTok dentro das tendências de beleza. A prática, em alguns casos utilizada com babosa, é popular em muitas rotinas de cuidados com a pele e também é conhecida por seus efeitos refrescantes e resultados positivos. No entanto, como acontece com qualquer tratamento para a pele, é importante entender os possíveis efeitos, riscos e precauções antes de aplicar o gelo no rosto.
De acordo com Mayla Carbone, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o gelo tem um efeito vasoconstritor, o que significa que ele pode ajudar a reduzir temporariamente o inchaço na pele, especialmente na parte inferior dos olhos. “Aplicar gelo pode ser útil para acalmar a pele inflamada, como espinhas inflamadas ou áreas vermelhas”, aponta Mayla. “A aplicação suave do gelo pode ajudar a estimular a circulação sanguínea na pele, resultando em um aspecto mais fresco e radiante, além de reduzir temporariamente o tamanho dos poros, proporcionando uma aparência mais uniforme”.
No entanto, a dermatologista alerta que o uso direto na pele pode causar irritação ou até mesmo queimaduras de gelo, as famosas frostbites, especialmente se o objeto estiver em contato prolongado com a superfície cutânea. “Algumas pessoas têm pele mais sensível e podem reagir negativamente ao frio intenso do gelo. Sugiro evitar aplicar por longos períodos e sempre usar um pano ou envolver o gelo em uma toalha fina antes de aplicar na pele”, ressalta a dermatologista.
Mayla explica que, embora a aplicação inicial de gelo possa causar uma contração dos vasos sanguíneos, em algumas pessoas, isso pode ser seguido por uma vasodilatação reativa, que aumenta o fluxo sanguíneo e pode piorar a vermelhidão e a irritação. Por isso, se optar pela técnica, a dermatologista orienta aplicar suavemente em movimentos circulares ou toques leves.
“É crucial usar o gelo de forma adequada e sempre prestar atenção à reação da pele. Se tiver pele sensível ou algum problema pré-existente, é recomendável consultar um dermatologista antes de adicionar essa prática à sua rotina de cuidados”, finaliza.
Sobre a especialista:
Dermatologista Mayla Carbone é graduada em Medicina pela Universidade Lusíadas (UNILUS – Santos) há mais de 10 anos com residência em Clínica Médica na Santa Casa em São Paulo e em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro (UNISA-SP). É membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e também da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Já participou de diversos congressos e realizou diversos cursos nacionais e internacionais voltados para especialização.