Respeito, educação e empatia são desenvolvidos principalmente na infância, tendo a família e responsáveis como peças fundamentais na formação social da criança
A sociedade ainda lida com os mais diversos tipos de preconceitos e tabus na relação humana, principalmente quando envolvem identidade de gênero e pessoas com deficiência, e a infância é o ponto de partida para mudar esse panorama. A empatia pode ser lapidada já nos primeiros anos de vida a partir de pequenas atitudes que são grandiosas para a sua formação.
Premiada pela ONU Mulheres na categoria “Redução de Desigualdades”, em 2022, a educadora Carolina Videira lista algumas orientações simples que ajudam as crianças a terem comportamentos mais inclusivos na escola, ambiente que reúne diversos tipos de pessoas:
1 Ensine a criança a não chamar outra criança por um apelido que ela não gosta Existe o velho ditado que “se a pessoa não gosta de um novo apelido, aí é que pega mesmo”.
Muitas vezes um apelido é dado para ironizar alguma limitação ou característica da pessoa. A dica é: ensine a criança a evitar chamar o próximo pelo apelido caso perceba que a pessoa reprovou a alcunha. “O que pode parecer engraçado para a maioria, muitas vezes é dolorido para quem recebeu esse apelido, porque mexe com a personalidade dela, que tem seu nome substituído por um apelido nem sempre aprovado. E quando você entende o valor de cada um, você automaticamente traz acolhimento a essa pessoa”, destaca Videira, especialista em gestão das diferenças e criadora da Turma do Jiló, organização inclusiva sem fins lucrativos.
2 Se uma criança estiver sendo alvo de chacota, ensine a não endossar a provocação
Crianças são mais influenciáveis (até pela imaturidade emocional) e costumam repetir condutas principalmente de pessoas mais próximas. O problema é que nem sempre a conduta de um colega é positiva. Cabe à família enfatizar a importância de respeitar qualquer pessoa, mesmo se perceber que alguém está sendo desrespeitado em coro. Além de não endossar a provocação, a criança pode ter uma postura ativa no sentido de pedir o fim das ofensas e/ou mesmo avisar um adulto.
3 Invista em livros e brinquedos inclusivos:
Escolha brinquedos e livros que discutam temas da diversidade. Isso pode incluir personagens de diferentes etnias, gêneros, habilidades e orientações sexuais, diferentes deficiências. Também é importante mostrar que há muitos tipos diferentes de famílias e que todas são igualmente válidas.
4 Conversas Abertas:
Fale sobre diferenças com naturalidade e respeito, lembrando sempre que todos têm direito a serem quem são. Estabeleça um diálogo aberto sobre diversidade e inclusão e deixe que suas crianças saibam que eles podem fazer perguntas. Encoraje a criança a fazer amizades com pessoas de diferentes culturas, habilidades e origens. As amizades são uma ótima maneira de aprender sobre diversidade de maneira prática e empática.
5 Seja um exemplo para dar exemplo:
Suas palavras ganham muito mais valor quando suas atitudes estão à altura do que você diz. Seja um exemplo de inclusão e respeito. Mostre através de suas ações e palavras que você valoriza a diversidade e a igualdade. Isso pode ser tão simples, como tratar todas as pessoas com gentileza e respeito, ou complexas, como participar de eventos ou organizações que promovem a inclusão. “Se envolva na vida escolar da criança e promova a inclusão e diversidade, seja participando de reuniões de pais e professores, envolvimento em comitês ou mesmo através do diálogo aberto com corpo docente e diretoria da escola sobre inclusão. Mais do que um exemplo à criança, você ajuda a inspirar as pessoas que compõem o ambiente escolar”, finaliza Videira.